Bóias-Frias & Lua
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de junho de 1979
O engenheiro-agrônomo Eugênio Stefanello, 29 anos, da turma de 1.971 da Universidade Federal do Paraná, gaúcho de Cruz Alta, e que nos últimos 8 anos tem escalado vários cargos executivos na área da agricultura, sendo atualmente o diretor-geral da AS, é um técnico objetivo, de posição claras e definitivas, que, ao contrário de muitos tecnocratas, tem sempre colocado corajosamente o dedo na ferida, em relação às mais difíceis questões. Por isto, não deixa de ser muito expressiva sua opinião em relação à questão dos bóias frias - que apesar do êxito de milhares de famílias para Minas Gerais, onde a prosperidade da cafeicultura proporciona melhores condições de trabalho, seriam ainda entre 600 a um milhão no Paraná (a própria Federação dos Trabalhadores na Agricultura não tem dados exatos):
"Se alguém afirmar que existe uma solução definitiva para o problema dos bóias-frias, só posso imaginar que esta pessoa esteja mentindo ou seja de uma ingenuidade total, pois a questão dos trabalhadores volantes, que se agravou nos últimos 10 anos, é complexa e se integra a toda uma problemática sócio-política nacional - sendo causa e não efeito de outros problemas.
Pretender resolver a questão dos bóias-frias vendo apenas como causa o problema do campo é o mesmo que alguém pensar em ir à lua num carrinho de mão..."
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