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Aramis

A Cidade & O Tempo

Uma dica que o jornalista Sérgio Cabral publicará num dos próximos números do semanário "Pasquim" infelizmente não poderá ser atendida pelo competente Sergio Todeschine Alves, diretor do Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado, mas não deixa de ser uma idéia sugestiva: o "tombamento" do restaurante Palácio, na Rua Barão do Rio Branco - junto com a Churrascaria Cruzeiro (no Batel) - o mais antigo endereço gastrônomico da cidade. xxx Como milhares de outros visitantes que chegaram em Curitiba e tentaram jantar na madrugada, Sérgio Cabral teve como única opção o Palácio, que inaugurado há anos, só mudou uma única vez de endereço e assim mesmo poucos metros: quando o velho prédio em que funcionou de 1928 a 1962, foi demolido para dar lugar ao cine Vitória (inaugurado a 1o de novembro de 1963, com "Taras Bulba"). Foi então que "ao Churrasco Palácio", que teve no velho Richardo Bianche (1880-1947) o seu fundador, passou para o prédio no número 438 da mesma rua, onde até hoje conserva o mesmo estilo dos anos 30. Só mudaram os garçons e os fregueses, embora de vez em quando ainda apareça algum velho boêmio em busca da madrugada perdida. xxx São muitas as estórias e causos do restaurante Palácio hoje já um ponto obrigatório no roteiro noturno da cidade, com sua freguesia bem mais sofisticada, praticamente afastadas as mulheres da vida alegre da vazia noite da cidade, que só são servidas quando acompanhadas por sisudos cavalheiros. Três garçons mantem-se fiéis ao estabelecimento - o caladão Mozart Campos, 47 anos, desde 1954 no restaurante; Adriano Geremias Santos, 40 anos, desde agosto de 58 na casa e o veterano Isaltino de Souza, 43 anos, que começou ali a trabalhar em 1950 e desde então nunca mais saiu. Hoje de propriedade de Pepe (José Fragas Lopes, 39 anos), herdeiro de Antonio Humia Duran (1907-1964), que o adquiriu da viuva do velho Bianche - o Palácio permanece como um dos ambientes folclóricos-tradicionais de nossa cidade. E a ideia de "tombá-lo" de Sérgio Cabral até que não é absurda!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
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26/01/1975

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