Cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de fevereiro de 1973
Na imensa filmografia shakespereana, levantada em 1964, por ocasião das comemorações alusivas ao 4o centenário do nascimento do Bardo de Stratford-Avon, o estudioso F. Silva Nobre, no didático ensaio ("Shakespeare e o cinema", Editora Pongetti, 1964), apontou mais de 100 filmes realizados entre 1899-64. Nestes últimos nove anos, a filmografia foi acrescida de novos títulos, entre os quais duas novas versões de MacBeth", a última das quais produzida no ano passado por Hugh Hoffner, editor da revista "Playboy" e dirigida por Roman Polanski (foto), atualmente está em cartaz no cine Vitória. A publicidade procura destacar o fato de ser "um novo filme", pois é natural que o público menos informado julgue tratar-se de um relançamento, justificando-se portanto este cuidado promocional. A primeira vez que a tragédia "MacBeth" foi utilizada no cinema ocorreu em 1905 quando numa produção Mutoscope foi incluída a famosa cena do Duelo. Quatro anos depois, o cinema Italiano voltaria a aproveitar o tema, com direção de Camerini. Novas versões sucederam-se em 1911, 1913, 1915 (direção de John Emerson), todas sem qualquer expressão. Em 1947, finalmente, ORSON Welles realizou a sua clássica adaptação, rodada em apenas 21 dias (após 4 meses de ensaios num palco abandonado da Republic). Nesta modesta produção, Welles interpretou o personagem-título, cabendo a um grupo de artistas do Mercury Theatre, os outros papéis da tragédia. No mesmo ano, um grupo de amadores realizou outra adaptação de "MacBeth".
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