CINEMA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de março de 1973
No sábado, o publico terá oportunidade de conhecer um filme de Josef Von Sternberg (1894-1970), um dos mais respeitados estetas do cinema americano nos anos 20-30: "As Docas de Nova Iorque", rodado em 1928. Joseph Von Sternberg (foto), com uma obra que Georges Sadoul situa "a meio caminho entre o áspero rigor de Eric Von Stroheim (de quem veremos, amanhã, "Greed") e a habilidade de Lubitsch", teve com algumas de suas grandes realizações uma profunda influência sobre os cinemas americano e europeu. Passara a infância e a juventude entre os Estados Unidos e a Europa. Queria tornar-se escritor, mas aceitou como ganha-pão um pequeno emprego nos laboratórios fotográficos de um estúdio. Após um estágio na Inglaterra, tornou-se roteirista, podendo dirigir, graças ao apoio financeiro do seu astro, o ator britânico George K. Arthur, o seu primeiro filme, "Salvation Hunters (Filhos da Lama), produção quase experimental - que constitui nos Estados Unidos rara exceção - que é a chave da estética e da moral de Sternberg e "Paixão e Sangue" (Underworld, 1927). O roteiro, escrito por um dos melhores autores de Hollywood, Bem Hecht, fez surgir pela primeira vez na tela um novo tipo de "gangster", diretamente saído da realidade americana, na qual prosperara com o contrabando de álcool. "Underworld" - estrelado por George Bancroft - teve considerável influencia em sua obra, mais seu filme mais perfeito foi "The Docks of New York", novamente estrelado por Bancroft e que o público interessado em ampliar sua cultura cinematográfica, terá uma única chance de assistir, sábado, no Teatro do Paiol, com entrada gratuita.
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