Selma & amigos levam Gershwin para o Paiol
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de junho de 1992
Depois da decepcionante temporada de "Hello Gershwin", há três semanas, no Palácio Avenida, a audácia da cantora jazzística Selma Baptista em se autoproduzir num espetáculo chamado "Gershwin Jazz Concert" (Paiol, 27 e 28), até que merece um crédito de confiança. Selma, paulista de Paraguaçu Paulista, antropóloga, autora de uma dissertação de mercado sobre a situação social do músico no Paraná e professora na Universidade Católica, é uma cantora eclética, de muito charme, que há mais de 20 anos vem tentando obter um espaço nacional - infelizmente, até hoje sem êxito.
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Com ajuda de um grande amigo - e também apaixonado pela obra de Gershwin, o dramaturgo e pesquisador Romário Borelli, e uma grande ajuda dos amigos Dário Galante (piano); Maurici Ramos (bateria), José Antônio Boldrini (baixo), Hélio Brandão (sax) e Luiz Serman (voz), fará estas duas apresentações no Paiol, reunindo em quatro blocos as canções mais conhecidas de Gershwin. Canções como "Sweet and Lown-Down", "Fascinating Rhythm", "Someone to watch over me", "I`ve got a crush on you", "A foggy day", "The man I love" e "I loves You Porgy", são standards que sempre enternecem. Em "Hello Gershwin", apesar de toda a pretensão do espetáculo, dirigido por Marcos Nanini, faltou feeling, garra e, principalmente um mínimo roteiro informativo capaz de situar a obra de George (1898-1937) e seu irmão, Ira (1896-1983), Gershwin dentro do contexto da música americana. Falha que, esperamos, Borelli, com seu já confirmado talento e visão ampla, não deve ter cometido.
LEGENDA FOTO - Gershwin: um revival de seus standards com a voz de Selma e bons músicos no Teatro do Paiol.
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