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Aramis

Ouça Selma, uma nova e bela voz brasileira

Mesmo que em menor número do que o boom do canto feminino de anos anteriores, mas na busca de encontrar novas cantoras capazes de se destacarem, várias etiquetas continuam lançando mulheres afinadas, sensíveis e de talento. A grande revelação de 1990 está sendo Itamara Kooraz, cujos primeiros shows no Rio de Janeiro (como o que faz no "Mistura Up", com o violonista e compositor Guinga, de 8 a 11 de agosto), ganhou os maiores elogios e o convite para fazer seu elepê pela Velas que, saindo este ano, a coloca como candidata de grande revelação. Enquanto Tamara não faz seus discos, a Polygram lança outra grata revelação, Selma Reis, fluminense de São Gonçalo, 32 anos, vários anos na estrada, mas só agora com um elepê para que todo o Brasil conheça seu talento. Uma voz de primeira grandeza entre todas as nossas grandes vozes, como diz Aldir Blanc no release de seu primeiro elepê, lembrando "as grandes cantoras dos tempos da Rádio nacional". Selma traz novas composições, como "Chão Brasileiro", parceria de Aldir e Wagner Tiso; "Oliudi-Fox", de Guinga/Aldir Blanc; "Meu Veneno", belíssima musicalização de Milton Nascimento sobre poema de Ferreira Gullar ("Atrás de meus olhos/ dorme uma lagoa profunda/E o céu que trago na mente/Meu Vôo jamais alcança"). Só por estas três faixas, já se torna recomendável comprar o disco e ouvir com atenção Selma, numa produção cuidadosa, composições musicais, todas faixas de qualidade, trazendo composições que vão do simbolismo de "Bailarina do Ar" (Suely Costa/Paulo César Feital) ao ecologismo de Sá & Guarabyra ("Jabuti, Jatobá"), passando por um João Bosco com novo parceiro - Ronaldo Bastos ("Ninguém vai levar você de mim"), o romântico Danilo Caymmi em parceria com Dudu Falcão ("O que é o amor"), Lenine ("O Quilombo"), Paulo Debetio/Paulinho Resende surpreendendo com "Estrelas de Outubro" e Altay Veloso/Paulo César Feital em "Emoções Suburbanas". Selma Reis na mesma safra de outras cantoras - como Zélia Cristina e Cássia Eller. Zélia Cristina, a chamada Zélia de Brasília, embora fluminense de Niterói (mas tendo passado a infância no Distrito Federal) já atuou numa montagem de "Portgy and Bess", saiu com a Beija Flor, e seu primeiro elepê, "Outra Luz", está ganhando aplausos. A carioca Cássia Eller, 27 anos, também começou sua carreira nos bares de Brasília, e seu repertório foi definido pelo diretor artístico da Polygram, Ayrton Bahia, que a lançou como um diamante bruto voltado para o público jovem. Nas águas de Marisa Monte - cujo marketing nem sempre se repete (vide o caso da gaúcha Adriana Calcanhoto, lançada pela CBS, e que não emplacou em termos de vendas), estas três cantoras com discos na praça - mais Itamara Koorax, que se aguarda com expectativa - estão aí, mostrando que o canto é das mulheres. LEGENDA FOTO - Selma Reis, uma cantora-revelação neste final de ano.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
24
09/10/1990

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