Consuelo, a arquiteta dos baianos de sucesso
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de fevereiro de 1989
A curitibana Consuelo Cornelsen poderá utilizar um slogan lembrando um anúncio que fazia sucesso nas revistas dos anos 50: "9 entre 10 estrelas de Hollywood preferem Palmolive".
Só que para Consuelo, o slogan seria: "9 entre 10 baianos bem sucedidos preferem o toque de bom gosto da arquitetura de Consuelo".
É que após ter feito a arquitetura de interiores da residência de Gal Costa, na praia do Pepino, em São Conrado, no fechadíssimo condomínio Praia Guinle (onde habitam nomes-notícias que vão do presidente João Figueiredo a estrelas globais), Consuelo teve convites para fazer projetos em residências de quase uma dezena de artistas conhecidos.
Discretamente, só revela o nome do cliente número dois, que atualmente ocupa parte do seu tempo: Caetano Veloso. O triplex de cobertura do autor de "Alegria, Alegria", num sofisticadíssimo edifício na Rua João Lira, no bairro do Leblon, está merecendo um trabalho especial, com utilização de muitos elementos naturais e peças de decoração especialmente produzidas - algumas delas executadas por habilidosos mestres artesãos de Curitiba.
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Arquiteta formada em Lisboa, turma de 1973, Consuelo Cornelsen vem desenvolvendo projetos em várias áreas, especialmente na arquitetura de interiores. Suas pesquisas na utilização da luz para espaços residenciais - e constatando a falta de maiores opções - a levou a abrir, há alguns anos, em sociedade com a decoradora Adriana Adam, a primeira loja especializada em aparelhos de luz, luminárias etc. em São Paulo ("Arquitetura da Luz", alameda ministro Rocha Azevedo, 1052, Jardins).
Posteriormente, desenvolveu projetos de recriação de clássicos do mobiliário brasileiro, assinado por grandes designers e arquitetos - numa linha que chegou a Curitiba através das lojas da família Broto.
Agora, paralelamente a seus trabalhos de arquitetura, especialmente interiores, também está estudando com Waly Salomão, presidente da Fundação Gregório de Mattos, em Salvador, um grande projeto para a carreira de Gal Costa - numa primeira etapa, chegando depois a artistas brasileiros com condições de atingirem mercados internacionais.
O arquiteto Lolô e sua esposa, Cleusa Lupion Cornelsen, podem se orgulhar da carreira de seus quatro filhos. Além de Consuelo, os outros três também estão galgando belos espaços. Jejo (José Carlos) é artista plástico, fotógrafo e agora também videomaker, realizando bonitos trabalhos sobre o Pantanal. Ito (Ayrton João), fotógrafo, tem trabalhos em publicações internacionais e é contratado da Volvo. Bolinha (Alcy) vem dedicando-se a trabalhos de paisagismo.
Todos têm em comum um hábito: fazerem trabalhos no Brasil mas passam o máximo de tempo possível no Exterior. "Não há melhor escola", diz Consuelo.
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