Corvisier, um pianista premiado pelo Eldorado
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de fevereiro de 1990
Há cinco anos que o Estúdio Eldorado, com apoio de várias empresas (Banco Francês e Brasileiro, GM, Carlton, Philips) e, naturalmente, "O Estado de São Paulo", vem promovendo o Prêmio Eldorado de Música, destinado a destacar novos virtuoses. Os primeiros classificados têm seus discos editados - apenas uma das muitas portas que a promoção possibilita. Há pouco, saiu o elepê do pianista Fernando Corvisier, vencedor do IV Prêmio Eldorado de Música, edição 1988, gravado no Teatro Cultura Artística, em junho do ano passado.
Discípulo de Dyla Josetti e, mais tarde, Ecléa Ribeiro, Linda Bustani e Antônio Guedes Barbosa, Fernando Corvisier estudou em Paris (Ecole Normale de Musique Alfred Cortot, 1982, classe de Edson Elias) e em Boston (New England Conservatory, 1985/87, com Jacob Maxin, obtendo o título de Master Degree in Music Performance).
Premiado em 1988, Corvisier foi convidado pelo pianista João Carlos Martins para gravar a primeira versão mundial de "As Quatro Estações", de Vivaldi, transcrita para dois pianos por Almeida Prado e também lançado pelo Eldorado.
No elepê solo, relativo a sua premiação no concurso, Fernando Corvisier interpreta duas obras importantíssimas. No lado um, as "Variações sobre um Tema Original", Opus 21, nº 1, que Johns Brahms (1833-1897) compôs em 1957. No lado dois, a "Sonata nº 1", Opus 22, em 4 movimentos, de Alberto Ginastera (1916-1983), que foi o compositor argentino que mais de destacou em nosso século. Composta em 1952, a obra agora gravada por Corvisier é, como ensina o crítico J. J. de Moraes, pertencente a chamada segunda fase de Ginastera: na qual se percebe influências de Bartok e Stravinsky.
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