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Aramis

De vinhos, bares & farofeiros

O Paraná, em matéria de vinhos, continua a ser um zero à esquerda. Tanto é que em "Vinhos e Vinícolas do Brasil", de José Osvaldo Albano do Amarante, que, com o subtítulo de Guia Completo, acaba de ser lançado (Summus Editorial, 168 páginas, Cz$ 100,00), apenas 8 linhas são dedicadas ao nosso Estado. Com seu rigor de enólogo e conhecedor profundo do assunto, Albano do Amarante diz o seguinte sobre o Paraná: "Em seu solo são produzidas cerca de 16 mil toneladas por ano de uvas, colhidas em 2 mil hectares, com cerca de 73% da produção concentrada nos municípios em torno de sua capital - Curitiba. A produção quase toda é de uvas comuns (99,8% do total), principalmente para consumo in natura. A única vinífera cultivada no Estado é a Moscato, com apenas 0,2% da produção total. Estado sem grande expressão vinícola tendo algum reconhecimento apenas nos vinhos comuns de Santa Felicidade." Se o Paraná não é destaque, José Osvaldo Albano de Amarante - autor já de "Vinhos do Brasil e do mundo para conhecer e beber" (4 edições esgotadas), detalha neste seu guia tudo que se relaciona à produção vinícola de Santa Catarina e, especialmente, Rio Grande do Sul. A ampliação da bibliografia sobre vinhos - que em francês, especialmente inclui até livros de arte - é uma das conseqüências da melhoria da qualidade do vinho nacional, paralela a uma elevação do consumo per capita entre nós. O público quer mais informação - sobre os tipos de uvas, a produção de vinho, a degustação e, lógico, sobre os vinhos propriamente ditos. E como a qualidade e a variedade do vinho nacional tem melhorado, é natural que surjam livros como este de Albano de Amarante. Relacionando e comentando cerca de 600 vinhos efetivamente disponíveis nos supermercados, nas lojas especializadas, venda direta etc., Amarante dedica capítulos sobre a elaboração do vinho - incluindo mapas das regiões de melhor produção. Até a legislação nacional a respeito da enologia ocupa uma parte do livro. Este assunto e outros - incluindo como servir, como comprar - já abordado em seu livro anterior - completa os dois textos. No final, há até uma relação de endereços das produtoras e distribuidoras nacionais e o índice alfabético de todos os vinhos mencionados. Dentro de uma bibliografia etílica, do guia de vinhos passamos ao papo de bar. Tema que Sérgio Caiuby Novaes aproveitou para onze deliciosas histórias em "Sociologia de Botequim" (Editora Nobel, 60 páginas, Cz$ 40,00). Com bom humor, Novaes - a exemplo de seu homônimo Carlos - busca nas histórias do quotidiano, que tem o espaço democrático do bar como cenário, retratar o comportamento do brasileiro simples e comunicativo. Vinhos, bares e farofeiros. Estes últimos são resgatados por Yvonne R. deMiranda em "Através da Europa - Farofeiros Internacionais" (Argus, 176 páginas, Cz$ 59,00), um descontraído relatório de viagens de jovens, com estórias simpáticas. Ex-jornalista, autora já de vários livros, Yvonne Miranda retoma neste seu livro distribuído pela Nórdica um gênero que sempre tem apreciadores: a crônica de viagem.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
24/10/1986

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