Encontros de Sabino num Fim de semana curitibano
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 31 de janeiro de 1984
Fernando Sabino confirmou no fim-de-semana que passou em Curitiba que é o mais simpático escritor brasileiro. Convidado pelo Bamerindus para integrar o júri que escolheu os melhores slogans para campanha da caderneta de poupança, entre 7.000 sugestões feitas por 1.500 funcionários da própria organização, Sabino após este trabalho, ficou mais de três horas, no salão da piscina do Hotel Mabu, conversando com poetas, cronistas, intelectuais e outras pessoas ligadas a literatura, simpaticamente convidados para a reunião numa prova da boa organização da Enfoque - assessoria de RP. Recebeu vários exemplares e dois dos livros ele já leu no sábado, "com imensa satisfação": as poesias de Reinoldo Atem (que classificou como um poeta "da força de Ferreira Gullar") e "Domingo José Vai à Feira", de José Carlos Leite.
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Na noite de sexta-feira, quando se retirava do coquetel para seu apartamento, Fernando recebeu uma boa notícia que lhe foi transmitida pelo livreiro Aramis Chaim: naquela noite, a comissão que escolhe os livros de leitura dos alunos do Centro de Formação Tecnológica do Paraná havia aprovado "O Grande Mentecapto" como um dos 5 livros-textos de 1984. O que significa mais mil exemplares vendidos deste romance. Apaixonado pelo jazz tradicional, Sabino e sua esposa, Ligia, fizeram questão de ir num pub no qual o proprietário, um cidadão italiano de aspecto estranho mas muito bom gosto musical tem uma seleção em fita de fazer inveja à muito jazzofilo. Em dezembro, quando esteve em Curitiba autografando seu "O Gato Sou Eu", o advogado Eduardo Rocha Virmond levou Sabino neste "pub" e ele prometeu a simpática taberneira, dona Yvani, que voltaria para trazer um exemplar do livro.
Quando Sabino chegou, com o livro na bolsa, cumprindo a promessa, a senhora levou um susto - pois não imaginou que ele fosse se lembrar do que havia prometido. Mas Sabino é assim: incapaz de esquecer um nome, uma pessoa, sempre gentilíssimo com todos.
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No julgamento dos slogans para a caderneta de poupança, Sabino fez questão de ler todas as frases inscritas. Ao lado de dois diretores do Bamerindus - Sergio Reis e José Carlos Perssom - analisou demoradamente a força de comunicação das melhores, para que o resultado fosse o mais justo possível. O slogan vencedor é bastante expressivo e comunicativo: "Poupar é investir em si mesmo". Mas houve também outros bons slogans, um dos quais mostra a liquidez oferecida pelas cadernetas de poupança: "Você tem quando quer".
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