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Aramis

Fusões e desquites entre as produtoras

As modificações na cinematografia não ficam apenas na inesperada decisão dos diretores da Fama Filmes em fechar (temporariamente?) o Cinema I (até a noite de segunda-feira, mesmo os funcionários graduados da empresa desconheciam este fato). Também na área da distribuição de filmes há mudanças, com a transferência, nesta semana, dos escritórios da S.D.F. - Serviços de Distribuição de Filmes (Warner/Columbia) instalada há anos no 3º andar do edifício Santa Rosa (praça Tiradentes, 250) para o mesmo prédio, mas numa pequena sala, no conjunto 12, no primeiro andar, dividindo o espaço com a Unibras, gerenciada por Alfredo Prim, que aqui representa a Companhia Cinematográfica Sul/F.J. Lucas Distribuição, supervisionando também o cine Plaza. No mesmo prédio, no 2º andar, há anos se encontra o escritório da Cinema Internacional Corporation, proprietária dos cines Lido I, Lido II e Condor, além de agrupar a distribuição da Walt Disney Productions, universal international, Paramount e MGM. O edifício Santa Rosa - um dos mais antigos (e mais bem conservados) na praça Tiradentes, há anos tem várias de suas unidades ocupadas por companhias cinematográficas, que ali se revezam. Por muito tempo, o poderoso exibidor e distribuidor Isidoro Lassalve ali manteve os escritórios da Distribuidora Arco Iris, com uma sofisticada sala de projeção em 35 mm, de 25 lugares - desativada quando mudou de endereço (hoje Lassalvia praticamente afastou-se da cinematografia). xxx A transferência dos escritórios da S.D.F., aqui gerenciada pelo atencioso Lourival Henrique Schlapack, 42 anos, 18 de cinematografia, é apenas o primeiro reflexo das mudanças internacionais entre a Warner Brothers e a Columbia Pictures, que há poucos dias confirmaram a dissolução de uma sociedade de 16 anos na distribuição mundial. David Puttnam, chairman e chefe executivo da Columbia (e o produtor de filmes como "Os Gritos do Silêncio" e "A Missão") e Terry Semel, presidente da Warner, confirmaram a separação de seus escritórios na Inglaterra, França, Alemanha, Austria, Bélgica, Holanda, Suécia, Finlândia, Argentina e Brasil. Cada companhia vai operar separadamente nesses países, de maneira completa, até o final do ano. David Puttman, um super-executivo, declarou oficialmente que "A Columbia vai criar um melhor sistema de distuibuição e marketing, equipado para fazer frente ao que chamamos de os desafios de 1990. A crescente complexidade inerante ao mercado, unindo-se com o potencial de crescimento internacional da Columbia, alerta-nos para a necessidade de mudanças construtivas, obrigando-nos a tomar a dianteira de maneira agressiva, sempre atentos aos melhores interesses de nossos sócios principais - os cineastas com os quais trabalhamos." A política de fusão das grandes companhias de cinema, ao menos na distribuição internacional, foi a forma encontrada a partir dos anos 70 para reduzir custos. Tanto é que nos chamados "territórios menores", a Warner e Columbia continuarão unidas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
17
28/05/1987

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