Gente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de fevereiro de 1974
Cabelos longos presos em forma de trança, prolixo mas sincero em suas intervenções distribuindo seu tempo entre especiais atenções as cineclubistas de Lins - bonitas jovens acompanhadas da vigilante irmã Ruth, presidente daquela entidade - o cineasta Iberê Cavalcanti, foi uma das presenças de maior destaque na VIII Jornada Nacional de Cineclubes encerra-se terça-feira. Recém chegado da Alemanha Ocidental, onde esteve acertando a realização de dois longas metragens, com vendas prévias para aquele país, e com muitos projetos na cabeça, o diretor de "A Virgem Prometida" falou muito sobre o mercado paralelo e a necessidade de ampliar a faixa de distribuição do cinema documental. Afinal, desde setembro do ano passado, ele é o presidente da Associação Brasileira de Documentaristas, criada em Salvador, durante a II Jornada Nordestina de Curta-Metragem. Carioca, 38 anos tendo residido de 1958 a 1965 na Europa, onde foi desde locutor da BBC até ator de teatro - Iberê começou a fazer cinema para a TV-alemã. De volta ao Brasil, aqui realizou dois longas metragens já lançados - "A Virgem Prometida", que teve Juca Chaves como ator e "Um Sonho de Vampiros" - um dos poucos filmes do gênero em nossa filmografia e que "ressuscitou" o comediante Ankito - e "O Dia Marcado" último filme estrelado por Glauce Rocha e que não consegue lançamento devido a ter sido rodado em preto-e-branco e os exibidores não aceitarem mais os filmes que não sejam coloridos. Seus projetos para 74 são os filmes "Iaba" de uma história de Caribé e um documentário sobre Jorge Amado. Com relação ao que escreveu "O Pasquim", em matéria enviada de Colônia por seu amigo Arthur José Poerner "é tudo projeto, ao menos no que diz respeito ao "Ichlaufe Aus".
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