Gente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de janeiro de 1973
Se a frase "Filho de Peixe, Peixinho é" vale como uma verdade, a família Morozowicz é um dos melhores exemplos. O velho Thadeu, polonês que chegou a Curitiba na década dos "roaring twenties" e enfrentando preconceitos de providenciana sociedade começou a ensinar ballet - o seu curso e o mais antigo do Sul do Brasil - vê hoje, com alegria, seus filhos seguirem carreiras artísticas, "com menos dificuldades e maior reconhecimento", como afirma. Assim seu primogênito, Henrique, pianista, professor e compositor, é hoje vice-diretor da Escola de Música e Belas Artes, com varias composições (eruditas) editadas nacionalmente; Milena, sua filha, o substituiu na direção do Curso de Ballet e há 4 anos vem inovando coreograficamente, montando espetáculos com músicas de jazz e, ultimamente, do argentino Astor Piazzolla. Agora seu filho caçula, Norton (foto) - flautista da Sinfonia Brasileira, prepara-se para embarcar a Europa: depois de uma série de cartas trocadas com o professor Aurele Nicolet, um dos poucos (grandes) mestres deste instrumento, vai tentar uma bolsa de dois anos na Universidade de Friburgo. Aos 26 anos, dedicando-se a música desde os cinco, Norton começou tocando contrabaixo e sua primeira experiência profissional foi no Sam Jazz, onde ao lado de Hilton Alice (pianista) e João Chiminazzo (bateria, hoje publicitário), tendo sido a grande revelação na I Jam Session do Paraná - única manifestação jazzistica realizada até hoje entre nós, com músicos locais deixou porém de ser um apaixonado por jazz: sempre trocando o popular pelo erudito, Norton não que vem a Curitiba, procurar seu amigo Gegram, pianista dos melhores, para curtir improvisadas jam-sessions.
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