Lições da Crise
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de maio de 1978
Se a situação de Móveis Cimo ainda não pode ser considerada tranqüila, é fora de dúvida que a empresa já superou a fase mais difícil da crise que a levou à concordata, no principio do ano passado.
Na opinião de analistas do mercado, sobriedade e modéstia foram as atitudes adotadas para adequar a Cimo, antes superdimensionada, à realidade atual.
Desativar fábricas, operar com grande capacidade ociosa, fechar filiais é uma decisão difícil para qualquer empresário. Ainda mais quando isso significa transformar a maior indústria moveleira do País numa empresa de médio porte. Mas era uma exigência da conjuntura, quando o mercado desaquecido pelo combate à inflação não mais absorvia a produção em larga escala. Em 22 de abril do ano passado, quando Móveis Cimo pediu concordata, seus estoques chegam a Cr$ 127 milhões em móveis prontos e embalados, apesar de todo o esforço de vendas realizado no ano anterior.
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Hoje, esses estoques já se reduziram para cerca, de Cr$ 80 milhões, o que ainda é uma alta soma imobilizada, mas representa uma redução de 37% em um ano. Para os srs.Braúlio Zipperer, presidente da empresa colocou os pés no chão, optando por uma vida menos gigantesca e mais segura. Essa decisão não foi fácil, mas a crise ensinou várias lições, afirmam. Uma dessas lições é que nem sempre se deve confiar em estatísticas, principalmente numa economia instável. Outra, é que investimentos com capitais de terceiros estão sempre comprometidos e, quando não se pode garantir um investimento, é preferível não realizá-lo.
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