Marlise vai brigar por vaga e quer prefeitura
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de julho de 1986
Entre as mulheres dispostas a brigar bonito na convenção do PMDB, no domingo, está a vereadora Marlise da Cruz Ferreira Oliveira, 41 anos, ex-presidente da Câmara de Cascavel e que não abre mão, "de forma alguma", a sua vaga para chegar ao Legislativo.
- E é apenas um passo em minha escalada política. O que quero mesmo é ser prefeita de Cascavel.
Paranaense de Cambé, formada em Ciências Contábeis há 10 anos, Marlise foi a vereadora mais votada em 1982 - 3.967 votos, exatamente - o que lhe deu condições de ocupar a presidência da Câmara.
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Casada com um próspero empresário, Mario de Oliveira, Marlise decidiu concorrer a Câmara quando as pressões políticas fizeram seu marido desistir de sua candidatura há 10 anos. a boa votação animou a continuar e agora quer uma vaga no Legislativo, brigando para tanto com outros candidatos do município - o deputado Mario Pereira, que pelo seu bom trabalho deverá ter uma tranquila reeleição, e mais Bento Tolentino, irmão do prefeito Fidelcino Tolentino - e cujo lançamento como candidato a deputado estadual colocou em risco a vaga de Marlise.
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Marlise da Cruz Ferreira Oliveira garante que apesar da formação gaúcha do município de Cascavel, o machismo não a prejudicou.
- "Ao contrário, se em minha primeira eleição - em 1975 - tive apenas 30% de votos do eleitorado masculino, em 1982 calculo que 80% dos votos que obtive foram dos homens".
Em compensação, duas outras mulheres também se elegeram para a Câmara de Cascavel há 4 anos: Higídia Kovatti, pelo PMDB e Teresinha De Pubel, pelo PDS - agora no PL e suplente na chapa de senador. A primeira mulher a chegar a Câmara de Cascavel foi a médica Elisa Simione, eleita em 1968. Apesar de ter condições de fazer carreira política acabou renunciando a um segundo mandato devido as pressões de seu marido, também médico mas ciumento das atividades da esposa.
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