Matilde, uma mulher além do "sex symbol"
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de agosto de 1987
Quem imagina Matilde Mastrangi como um "sex symbol", desinibida e erótica, como sugere a imagem que transmite em fotos e mesmo na publicidade de "Uma Cama Entre Nós" (auditório da Reitoria, 6 a 9 de agosto, 21 horas) não conhece a outra Matilde. Ao menos é o que se preocupa em (de)monstrar seu atencioso "manager", Marco Possi, paulista, 35 anos, ex-produtor de pornochanchadas e há 4 anos dedicando-se em "full-time" a Matilde.
- "Matilde é uma moça discreta e muito bem comportada. Se quisesse estaria rica e tranqüila. Prefere, entretanto, sair pelas estradas, viajando com a comédia "Uma Cama Entre Nós" do que aceitar propostas de amor.
Marco Rossi diz mais: "Matilde já apareceu em 48 filmes, na telenovela "Vereda Tropical", mas só após o famoso banquete-desfile para executivos, no "Gallery", em São Paulo, quando fez um caríssimo leilão de suas roupas, é que passou a ser focalizada como "sex symbol". Na verdade, o leilão era beneficente e Matilde, chateada pelo marasmo do mesmo, fez uma sugestão, de brincadeira, em tirar a roupa. Os lances sucederam-se e a soma arrecadada naquela tarde permitiu que pudesse dividir o que recebeu com suas colegas que participavam, como modelos da festa.
- "Matilde nem ficou com o que ganhou. Ajudou amigas que estavam em dificuldades, diz Marcos.
Agora, depois de "Uma Cama Entre Nós", texto de Walcyr Carrasco - colunista do Caderno 2 de "O Estado de São Paulo" - ter permanecido quase um ano no TBC, em São Paulo, a comédia está sendo levada a 236 cidades. No Paraná , após a temporada em Curitiba, Matilde e seus "partners" - Andrea L'Abatto e Mauro Corini - irão a Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e, passando a fronteira, Assunção. O produtor Marco Rossi tem experiência em levar ao público "espetáculos leves, descompromissados, que divirtam". Produtor de "O Analista de Bagé" e "Viva a Nova República", chegou a montar três elencos diferentes destas comédias com textos de Luís Fernando Veríssimo e Carlos Imperial, respectivamente.
Se Matilde Mastrangi faz o público masculino suspirar de desejo, o galã da peça também arranca orgasmos das mulheres, ao que garante o produtor Rossi. "Só que muitas vezes, o seu nome confunde os espectadores, pensando que Andrea seja mulher. Andrea é italiano, onde Andrea é um nome masculino. Muito "macho". Andrea já teve participações em algumas minisséries (como "Avenida Paulista" e "Memórias de um Gigolô").
O outro ator, Mauro Gorini, atuou no musical "O Dilúvio" e depois permaneceu meses no elenco de "O Analista de Bagé". A direção é de Jacques Lagoa.
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