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Aramis

Mercado estrangulado

Recentemente o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais, Aryton Baptista, ao ser questionado sobre a possibilidade de amplicação do número de vagas nos cursos de Comunicação Social, disse que essa hipótese feria "totalmente os interesses da classe, cujas escolas em todo o País, e mesmo as do Paraná, estão a forma profissionais para um mercado já estrangulado". Essa questão, uma das preocupações fundamentais levantadas nos debates realizados durante o Primeiro Painel de Jornalismo de Curitiba, não parece afligir a coordenação do curso de Comunicações da Universidade Católica do Paraná. Ao publicar editais referentes ao concurso vestibular para o próximo ano, a entidade mostrou ter ampliado o número de vagas de 60 para 120. Pois bem, uma nota de protesto, assinada pelo Núcleo Estudantil de Comunicação Social, da Católica; pelo Centro Acadêmico de Comunicação Social, da Universidade Federal; Diretório Acadêmico Rocha Pombo, também da UFP; e pela Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Paraná, foi encaminhada ontem à imprensa paranaense. Na nota, os estudantes afirmam que esta "decisão doi tomada arbitrariamente". Além disso, apontam a falta de condição material básicas e imprescindível a um Curso de Comunicação, como: jornal-laboratório, estúdiolaboratório (para rádio, TV e Cinema) atelier para aula de publicidade e propaganda; escritório modelo para aula de pesquisa e de opinião de marcado. "Estas exigências são do Ministério da Educação e da Cultura, o qual prevê o cumprimento rigoroso no que diz respeito as condições básicas, sob pena de fechamento do curso". Outro ponto levantado pelos alunos diz respeito a falta de apoio aos professores para a busca de aperfeiçoamento, através de cursos de pós-graduação, "pois não existe uma biblioteca especializada. O ensino é ministrado de superficial, não voltado para a pesquisa. O mesmo pode-se dizer das aulas práticas, que inexistem por falta de condições". Os estudantes concluem o documento afirmando que "as empresas de comunicação estão realizando dispensas em massa de profissionais. Os cacos recentemente ocorridos em empresas jornalísticas de nossa capital, confirmam a saturação do mercado". É estranhável que o coordenador do curso na Universidade Católica, Noel Samways, vindo diretamente da secretaria execultiva do Conselho Nacional do Direito Autoral, concorde com esta modificação. Enfim, a par da situação da imprensa mo Páis, mesmo nos grandes jornais do Rio e São Paulo, fica dificil achar justificação plausivel para a decisão da UCP ao dobrar o número de vagas num curso para a formação de profissionais em um mercado de trabalho cada vez mais restrito.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
02/12/1977

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