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Aramis

No campo de batalha

José Possi Neto, um dos mais criativos diretores brasileiros, realizou um belo espetáculo musical - entremeando apresentação dos premiados - conduzida por Chico Anísio com a colaboração de Marília Pera, Emílio Santiago, o bailarino Paolette, Zizi Possi, entre outros. Sete bailarinos e a excelente Heartbreakers - a melhor jazz band do Brasil (e que acaba de gravar um lp no Eldorado) garantiram ao espetáculo uma qualidade na soma do elenco all star escolhido para interpretar os clássicos de Caymmi, o homenageado deste ano. xxx Assim Marília Pera abriu a noite, com "O que é que a baiana tem?" e o roteiro não poderia ser melhor: Marisa Monte, com o violão de Roberto Menescal ("Nunca Mais" e "O Nosso Amor"), Alcione ("É doce morrer no mar", o duo piano-acordeon - Arthur Moreira Lima e Dominguinhos ("João Valentão"), Joana ("Marina"), Emílio Santiago ("Dora" e "Fim de Semana em Copacabana"), Zizi Possi ("Fim de Semana em Copacabana" e "Não tem Solução") e, finalmente, a divina Elizete Cardoso ("Nem eu", "Só Louco"), chamando Caymmi ao palco. Elizete, na força de seus 69 anos, foi, sem desmerecer as demais cantoras, a presença maior da noite. xxx Após o jantar - um delicioso talharim e strogonoff de galinha - um baile como nos bons tempos, com o som jazzístico do Heartbreakers, tendo como crooner os excelentes cantores Carlos Fernando (do "Nouvelle Cuisine") e Misty (Silvia Gonçalves, 32 anos, mineira de Carangola), apontada como a grande revelação vocal - lançada por José Possi ao belíssimo espetáculo "Emoções Baratas" (uma homenagem a Duke Ellington, até agora só vista em São Paulo). xxx Chico Anísio foi um irrepreensível mestre-de-cerimônias. Discreto e objetivo, não exagerou o lado humorístico, ficando apenas em pequenos comentários, inteligentes e de bom gosto. Assim, quando anunciou a vitória de Genésio Tocantins, na categoria de revelação regional, disse: "Tocantins, agora Estado". xxx Carmen Silva, melhor cantora no regional, deu o toque sentimental-brega: usava um vestido digno de figurar em filme de Fellini e, em seu agradecimento, fez questão de chamar ao palco a sua filha, uma menina de 14 anos, "razão de ser de minha vida".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
28/04/1989

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