Noite cheia de estrelas na III premiação da Sharp
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de agosto de 1990
Dizer que nunca se viu tantos nomes da música brasileira por metro quadrado como os que lotaram o amplo auditório D. Pedro I, nome oficial do Centro de Convenções do Hotel Nacional na noite de quarta-feira, não seria exagero. Pois entre os quase 3 mil convidados do grupo Machline para a festa de entrega do 3º Prêmio Sharp de Música estava, naturalmente, uma excelente representatividade de nossa música popular - entremeadas de stars da televisão - atores, atrizes, diretores, produtores, personalidades da vida social, etc.
Com toda razão, José Maurício Machline, o grande idealizador e diretor geral do projeto, exibia o seu maior sorriso: em três anos consecutivos o Prêmio Sharp de Música conquistou uma credibilidade que o faz hoje a grande premiação na música brasileira, em todos os seus segmentos. Compará-lo ao Grammy - o Oscar da indústria fonográfica americana, criado em 1958 e que só nos últimos 4 anos passou a ser transmitido, via satélite no Brasil, é perfeitamente válido. Com uma vantagem: a promoção é totalmente independente de qualquer vínculo com gravadoras ou grupos artísticos, através de um conselho diretor presidido pelo crítico (e ex-ministro) Mário Henrique Simonsen, e cujo corpo de jurados, este ano com 20 integrantes, nos orgulhamos de integrar desde 1988 a convite de José Maurício Machline.
Neste ano, houve algumas ausências dos premiados - mas a maioria dos indicados, sentados nas primeiras filas, aguardavam com expectativa os momentos em que Chico Anysio - o bem humorado e corretíssimo mestre de cerimônias, ao lado da bela Lúcia Veríssimo, e com auxílio de Paoletti, anunciavam os vencedores - entremeados do emotivo espetáculo em homenagem a Maysa, a grande memória desta edição - que no ano passado, na festa realizada no Golden Room do Copacabana Palace, homenageou Dorival Caymmi e, em 1988, a Vinícius de Moraes (1913-1980).
A homenagem a Maysa não poderia ser mais bela: intérpretes diversos lembraram seus maiores sucessos, a atriz Irene Ravache disse seus textos e imagens inéditas de sua vida familiar e artística - começando por "Chão de Estrelas" e terminando com "Je Ne Quitte Pas" - encantaram no roteiro dirigido por José Possi - e cujo registro, justifica comentário mais longo em nossa próxima coluna.
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