As novidades da CID
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de outubro de 1974
Contando afinal com um divulgador, Claudio, a Companhia Industrial e Discos, que na Guanabara já tem um organizado setor de promoção, a cargo dos bons amigos Fernando Lobo e Gaby Leib, está intensificando seus lançamentos. Para os apreciadores do bom jazz, dá [seqüencia] a série Black Jazz, destinada a colocar no mercado brasileiro uma nova geração de instrumentistas negros, como o pianista Gene Russel ("New Direction"), o guitarrista Calvin Keys ("Shawn-Neeq") e o sax-tenor Rudolph Johnson ("Spring Rain"), lps que, naturalmente, por sua [importância], merecerão análises mais demoradas. Com a reapresentação da 20th Century Records, a CID reedita a excelente trilha sonora de "Hello Dolly", que por ocasião da estréia do filme de Genne Kelly, foi lançado pela CBS. A CID também está lançando novos discos de samba e muitos compactos, cujo registro hoje fazemos. Por exemplo, com o cantor Barry White - de quem já lançou 3 lps, temos suas duas novas composições: "Can't Get Enough Of You", ["]Yoour Love Babe" e "Just Nor Enough" (faixa instrumental). Promovida extraordinariamente graças a sua inclusão na trilha sonora "A Corrida do Ouro" (Canal 4, 19,00 horas) temos "The Reason We Life", de Jim Grady, que apresenta no outro lado do CS, "Who's For Complainin?". Dos lançamentos nacionais, um inexpressivo grupo chamado Brazilian Boys com "Rock do Amor (Mauro de Almeida/Carlos Alberto) e "Nossa Senhora do Tim" (Crispim) e a vigorosa crioula Aparecida, com "Rosa para Iasã" de Josefina de Lima e "Crioulo Crioulo"[, de] sua prórpia autoria.
A CID está anunciando ainda outros lançamentos em compacto: a modelo Elke Maravilha revivendo "Beijinho Doce" antigo sucesso de Adelaide Chiozo, ao lado de "Sapato" e de Fototi.
Outro campo para o qual a fábrica dos irmãos Zuckemann está se voltando é a de [música] regional - mercado dos mais amplos e [rentáveis]. Assim, no novo suplemento temos um lp chamado "Os Novos Violeiros": Coleiro e Coleirinho, Zéquinha e Quinzinho, Cirandinho e Cirái, Canã e Canaense, Passo e Passinho e Cravo & Cravinho - com música regional, que começa a ser (re)valorizada em termos sociológicos - mas que exigem muita atenção e cuidados especiais. Em "As Cangaceiras" (Itam), a CID faz louvação a compositores do Nordeste como Humberto Teixeira, Luiz Gonzaga, Zé Dantas, Rosil Cavalcanti, Zé do Norte, Roberto Martins e Luiz Moreno, com músicas interpretadas por um trio de jovens cantoras. Já Zé Cupido, diz Gaby em [simpático] pressrelease, "É sanfoneiro famoso e mais que isso, amado e respeitado". E com sua sanfona de oito baixos ele fez um lp ("Cum Cupido é Assim" ITAM 1971) onde mostra inclusive um ufanista dobrado chamado "31 de Março". Já "Terra Nativa" (TAM 2136) pretende atingir outro público: os gaúchos dos pampas. O cantor é Nei Fernandes, por favor, não confundam com o antigo ator dos tempos de Ari Fontoura no Teatro de Bolso, hoje próspero vendedor de carros da Olsen - "Que com seu acordeon e sua maneira muito pessoal de interpretar, nos entrega melodias que ele mesmo compôs", diz a gravadora. Outro disco regional da CID é com "Os Rancheiros", chamado "Rancho Vazio", e onde foram reunidas músicas de Tonico e Tinoco, Capitão Furtado, entre outros. Finalmente, nesta mesma faixa, o lp com as músicas vencedoras do "Festival Arizona de Violeiros", realizado em Barreiros, SP, e que este ano premiou as duplas Jamair e Jacimar, Claudino e Justiceiro, Estrela e Rosa, Duo Aruguai, entre outros.
Enviar novo comentário