Nunca se vendeu tantos discos como neste ano
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de junho de 1986
Mais um reflexo positivo da reforma econômica: nunca o mercado fonográfico esteve tão próspero. Roberto Berro, do grupo Polygran, satisfeito com o faturamento de quase um milhão de cruzados em vendas no último mês, está até preocupado com a entrega da mercadoria.
- "Temos que atender prioritariamente nossos clientes tradicionais, pois a indústria nem consegue vender os pedidos".
Como a Polygran, outras gravadoras também estão vendendo como nunca - prova de que o tabelamento nos discos e a confiança dos consumidores no programa econômico, faz com que cada vez mais se procure a boa música.
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Se os discos convencionais vendem como nunca, a procura pelo Compact-Diret Disc, ou seja, o disco a laser, é ainda maior. Responsável por 90% do fornecimento deste produto, exclusivamente importado, a Polygran, com seu catálogo de 600 títulos (80% dos quais na linha clássica), não tem mãos a medir. De cada relação solicitada pelos clientes, apenas 10 a 30% são atendidos, tal a demanda do mercado. Mesmo com o preço a Cz$ 350,00 os discos laser esgotam-se rapidamente - num consumo de público de alto poder aquisito e, naturalmente, que sendo exigente em termos de qualidade está preferindo gastar mais para possuir o som perfeito.
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Só com a implantação de uma indústria de disco a laser no Brasil - projeto a longo prazo - o mercado poderá ser suprido com maior tranquilidade. Por enquanto, mesmo com um catálogo limitado, ocorre um fenômeno mercadológico curioso: a venda de aparelhos laser (ao redor de Cz$ 9 mil) aumenta apesar dos consumidores saberem que as opções de discos ainda são restritas. Mas todos os discos laser que aparecem tem consumo rápido.
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