O antigo e o novo com o Extempore
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de maio de 1987
Da música renascentista ao minimalismo belga é o que o grupo Extempore apresentará amanhã e domingo na Sala Scabi (Solar do Barão, Rua Carlos Cavalcanti, 533), a partir das 21 horas. O grupo é integrado por cinco flautistas bastante jovens e promissores.
Formado há cinco anos, o grupo Extempore tem por objetivo divulgar a flauta doce como instrumento e o próprio repertório criado especificamente para ela. Um exemplo disso é a seleção de obras que integra o programa deste concerto. Nele o grupo interpreta composições da Renascença como a "Suite de Danças", de John Dowland; "Pavane et Gaillard Sur La Bataille", de Tielman Susato; "Orsus, Orus, Vous Dormez Trop", de Clement Jannequin; "Canzon Super Intradam Aechiopicam", de Samuel Scheidt; e "The Leaves Be Green", de William Byrd, na primeira parte do programa. Na segunda parte o grupo se volta à música contemporânea depois de passar pelos barrocos Johann Pachelbel ("Kanon und Gigue") e Johann S. Bach ("Fuge Uber Lin Thema Non Legrenzi"). Dos contemporâneos o Extempore interpreta a criação de Y.Kiyose, Franz Geysen, Hans-Goerg Lotz e Hans Ulrich Staeps, além da "Bachianas Brasileiras nº 5", de Heitor Villa-Lobos, em arranjo do próprio grupo.
Integrado pelos flautistas Flávio Stein e Plinio Silva - ambos integrantes do grupo Studium Musicae - além de Andrea Tigges, Angela Sasse e Regina Winkler - todas ex-componentes do conjunto Terra Papagali, o Extempore tem procurado trazer para o público, "além da música contemporânea, uma visão contemporânea da interpretação musical." A finalidade, segundo Flávio Stein, é traçar um paralelo entre o antigo e o novo, bem como realçar a versatilidade da flauta doce.
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