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Aramis

O pacote com all stars com música dos mestres

O primeiro suplemento da Sony Classical é uma notável amostragem do que vem por aí. Abandonando, naturalmente, o vinil, mas oferecendo em perfeitas gravações CD e em fita cromo, o pacote de 12 títulos traz a última gravação do pianista Vladimir Horwitz (1904-1989) - interpretando peças de Chopin, Yadn, Liszt e Wagner - é um perfeito Igor Stravinski (1882-1971) com a London Sinfonieta, sob regência de Esa Pekka Salomen e tendo Paul Crossely como solista em peças do mestre russo - num registro feito em Londres, há três anos. O flautista Jean Pierre Rampal, 69 anos, aparece em dois registros notáveis. Com o violonista Isaac Stern, 71 anos e o violoncelista Mstislay Rostropovitch, 63, num concerto feito há dois anos na Grande Sala da Unesco, em Paris, e com um dueto com a harpista Marielle Nordman, interpretando peças de Rossini, Faure, Saint-Saens, Donizetti e Beethoven e Ravel, entre outros. O regente indiano Zubin Mehta, 55 anos, é, entretanto, o star que ganha maior presença neste pacote inaugural. Regendo a Filarmônica de Israel - da qual é "conselheiro musical" (e regente eventual) desde 1968, acompanha o solista Muray Perahia nos dois primeiros concertos para piano e orquestra de Chopin. Regendo a Filarmônica de Viena, no já célebre Concerto de Ano Novo, edição 1990, oferece um verdadeiro revival em torno de 14 clássicos dos Strauss - pai e filho, num registro de fácil comunicação - possível candidato a figurar entre os mais vendidos deste primeiro pacote da Sony. Há 40 anos que os concertos de Ano Novo, em Viena (só interrompidos durante a guerra) são considerados eventos maiores, com entradas disputadíssimas e geralmente com os maiores maestros do mundo convidados para regê-los. Todas gravações recentes, a mais antiga delas é de quatro anos passados e traz Mehta regendo a Filarmônica de Berlim na suíte "O Mandarim Miraculoso", de Bela Bartok (1881-1945) - que pode ser considerado um dos melhores deste pacote. Com a mesma orquestra, temos "Uma Sinfonia dos Alpes" e "O Concerto para Trompa nº 1, Opus 11", de Richard Strauss (1864-1949), com solos de trompa de Gerd Seifer. Outra estrela da nova geração de regentes, o israelense Daniel Baremboim, 48 anos, e que, há 35 anos iniciava sua carreira, como pianista - hoje o atual diretor da Orchestre de Paris - temos uma peça que ganhou notável atualidade histórica: o "Concerto nº 1 para piano e orquestra em Dó Maior, Opus 15", de Beethoven - com ele como regente e solista, e a "Sinfonia nº 7 em Lá Maior, Opus 92", também de Beethoven, na gravação ao vivo ocorrida em 12 de novembro de 1989, para comemorar a derrubada do muro de Berlim, "num momento inesquecível pelo que significou ao mundo", como diz Barenboim, na nota de apresentação desta gravação feita pela Filarmônica de Berlim para os visitantes da RDA. Com a mesma Filarmônica de Berlim, Barenboim acompanha o barítono Dietrich Fischer-Dieskau, 65 anos, considerado um dos grandes intérpretes de nossa época, há 43 anos, em atividade profissional, na interpretação de 12 canções de Gustav Mahler (1860-1911). O único CD/fita dupla do pacote, traz também Baremboim tocando peças de Franz Schubert (1797-1828). O bom amigo Antônio Gonçalves Filho, da "Folha de São Paulo", notou como nesta gravação o duo Baremboin-Steirn deu interpretações leves às três sonatas (sonatinas), Opus 137, destacando-se o violino.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
5
17/02/1991

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