O português na França
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de maio de 1978
Quem esteve na França, neste início de ano, notou um crescente interesse pelo estudo da língua portuguesa, literatura e civilização portuguesa e brasileira nas universidades francesas. Há muito que o Brasil vem tomando um lugar cada vez mais importante no mundo, economicamente. Outro fator que motiva o aumento do número de cursos de português, principalmente em Paris, é a retomada das relações franco-brasieliras.
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O interesse, aliás, vem se notando desde o início desta década, como explica um professor brasileiro, há 10 anos em Paris, com muitos alunos de português. Afinal, diz ele, o Brasil está fazendo um esforço para estar presente internacionalmente e é considerado uma das melhores praças de investimento atualmente. São mais de 100 milhões de pessoas que falam o português, só aqui, sem contar com Portugal e as antigas colônias, que agora não negociam só com Portugal. E Portugal, mais dia, menos dia, deve entrar no Mercado Comum Europeu.
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Afora razões ditas econômicas, há ainda todo o aspecto cultural. As universidades francesas, há muito, vêm estudando literatura, civilização e língua portuguesa e brasileira. Cresce inclusive o interesse pelos nossos autores e uma prova disso é o da confirmação de que a Embaixada do Brasil na França está concluindo negociações com uma editora parisiense para a co-edição, em francês das obras completas de Guimarães Rosa. Aliás, a intenção é bem mais ampla: pelo sistema de co-edições, em caráter permanente, serão lançados mensalmente dois títulos de literatura brasileira. Entre os primeiros autores programados, estão, agora Rosa, também Euclides da Cunha e Rachel de Queirós.
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