O trimestre dos festivais
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 31 de outubro de 1984
Espremido entre dois eventos intenacionais, o de São Paulo, iniciado no último dia 15, com uma intensa programação de filmes importantíssimos (muitos dos quais jamais chegarão aos circuitos comerciais) e o I Festival Internacional de Cinema, TV e Vídeo do Rio de Janeiro (Hotel Nacional, 18 a 27 de novembro), ao XVII Festival de Brasília, que a Fundação Cultural do Distrito Federal promoveu na semana passada, não conseguiu a mesma repercussão das edições anteriores.
Entretanto, a continuidade do festival é importante - já que se constitui, ao lado da mostra de Gramado - em evento fundamental para que se discuta a produção cinematográfica brasileira.
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A crise pela qual passa o cinema brasileiro, com rendas cada vez menores, salas de exibição fechando e, principalmente, poucas produções, se reflete na programação do festival. Dos longa e curta-metragens que disputaram os Cr$ 12 milhões em prêmios, muitos já foram exibidos em Gramado, em abril último. É o caso de "Nunca Fomos Tão Felizes" de Murilo Salles, "Noites do Sertão" e "A Flor do Desejo", de Guilherme de Almeida Prado, entre os longas.
Dos curtas, "Chico Caruso", do londrinense Joatan Vilela Barbel:"Pena Prisão", de Sandra Werneck também estiveram em Gramado. "Patativa do Assaré", de Jeferson e Robson de Azevedo, foi premiado na recente jornada de curtas-metragens em Cachoeiro, Bahia.
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"A Flor do Desejo", do paulista Guilherme de Almeida Prado, é baseado no conto "Sabrina de trottoar e tacape" de Roberto Gomes, escritor catarinense radicado em Curitiba. Que, aliás, está processando Almeida Prado por ter [usado] seu texto sem qualquer autorização. O filme (de grande apêlo popular e uma boa linguagem) ainda está inédito comercialmente assim como "Nunca Fomos Tão Felizes" e "Noites do Sertão" (ambos premiados em Gramado).
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