Operação de Lala, uma peça que a vida prega
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de agosto de 1986
Um dia de aflição para os milhares de amigos de Lala Schneider, a estimada atriz que ontem se submeteu a uma delicada intervenção cirúrgica no Hospital Cajuru, onde está internada há duas semanas.
Lala estava ensaiando a peça "A Sedução", adaptada por Edson Bueno - também o diretor - de contos de Oscar Wilde (Oscar Wingall O'Flahertte Wills, Dublin - 1856 - Paris, 1900), quando sentiu-se mal e, acometida de fortes dores, foi internada imediatamente.
Na peça, Lala interpretava uma feiticeira - personagem que tem função importantíssima nesta adaptação do conto "O Pescador e Sua Alma".
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Embora abalados, Edson e o elenco - Silvia Maria Monteiro, Audici Lopes, João Paulo Ceres e Eliane Karas - continuam os ensaios, com o pensamento positivo para que Lala se recupere e possa voltar ao palco. Aos 61 anos, mais de 30 de vida teatral, Lala é a grande atriz paranaense e, anos atrrás, Cláudio Corrêa e Castro a classificou como uma das cinco melhores atrizes do Brasil.
Praticamente, tudo que se fez de bom no teatro do Paraná, a partir dos anos 50 - teve a presença de Lala, funcionária por anos da área recreativa cultural do Sesi.
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Edson Bueno, 29 anos, fez quatro peças sob direção de Lala, durante o curso de artes cênicas - no qual ela é professora de interpretação: "Rinocerontes", de Ionesco; "O Arquiteto e o Imperador da Siria" de Arrabal; "O Jardim das Cerejas" de Tchekhov e uma adaptação de contos de Cortazar.
Cinemaniaco fanático, coordenador da Gibiteca da FCC - na qual vem se revelando um ativo autor/diretor: "Mulher Bolero"(1983) foi sua primeira encenação, influenciado pelos autores surrealistas escreveu e dirigiu "Um Rato em Família" e, no ano passado, levou sua crítica comédia "O Grande Deboche" até o Rio de Janeiro, com razoável êxito de público.
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