A orquestra de Mauriat, as valsas e concerto de Brahms
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de maio de 1981
Graças a Polygram, uma série de excelentes discos instrumentais na praça - para quem aprecia tanto a música popular em arranjos orquestras, como clássicos nos teclados de mestres.
Paul Mauriat, o marselhês que hoje é um dos regentes-pianistas mais conhecidos em vários países, sabe como dar o arranjo certo as músicas que caíram no agrado do público. Se assim não fosse, os três elepês que gravou exclusivamente com composições brasileiras não estariam divulgando nossos autores em tantos países. No volume 28 da série de sua série.
"A Grande Orquestra de...", Paul Mauriat traz temas que, no primeiro trimestre de 81, se destacaram nas paradas européias e americanas: "Woman In Love" dos irmãos Gibb; "Love On The Rocks" ( Diamond/Becaud), o tema de "La Boum" ("Reality"), "Guilty"(também dos Gibb), "The Best Of Times"(Young), entre outros, sem contar um tema próprio - "Prelude 59", parceria com Gerard Gambus, com quem Mauriat divide os arranjos deste álbum.
Já o maestro alemão (apesar do pseudônimo) James Last em "Roses From The Souta", preferiu dar um tratamento suave, quase popularesco, a alguma das mais conhecidas valsas de Johann Strauss (1825-1889). O "rei das valsas" de Viena deixou uma obra que é um verdadeiro filé-mignom para consumo, ainda mais quando tratada da forma agradável como James Last sabe fazer ao longo das 9 faixas deste elepê, onde "Contos dos Bosques de Viena", "Leidhtes Blues", "valsa do Imperador" etc., adquirem um sabor dos mais agradáveis.
Para quem é mais empertigado em matéria de música, mas não deixa de apreciar valsas, há uma opção sofisticada: Claudio Arrau, considerado como um dos maiores pianistas de nosso século em "Waltzes, Valsas/Valses" executa 12 valsas de Fréderic Chopin ( 1810-1849), num elepê da Philips. Afinal foram as valsas e os noturnos as primeiras peças a darem popularidade a Chopin, quando ele se fixou em Paris. E neste álbum, temos um retrospecto desta obra na interpretação de um dos gênios de nosso século.
Outro extraordinário pianista, Stephen Bishop Kovachvich, acompanhado pela Orquestra Sinfônica de Londres, sob regência de Colin Davis, executa o Concerto para Piano e Orquestra n. 2, em Si Bemol, Maior, Opus 83, de Johannes Brahms (1833-1897).
Contam os musicólogos que Brahms compôs o seu primeiro concerto para piano aos 22 anos, mas o fiasco foi tão grande, após a estréia (janeiro de 1859, Leipzig), que levou 22 anos para apresentar seu segundo concerto. O que é surpreendente para um compositor em cuja produção o piano desempenhou papel de tão grande importância. Entre 1878/1881, Brahms trabalhou nesta obra que, há 100 anos (9/11/1881, Budapeste) teve sua primeira apresentação. E o sucesso foi grande, permanecendo esta obra como uma das favoritas do público.
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