"Os Três Mosqueteiros", o livro, o filme e o disco
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de outubro de 1974
Escrito há 130 anos, o romance "Os Três Mosqueteiros", de Alexandre Dumas, pai (Villers-Cotterêts 1802 - Puys, 1870), continua não só como um clássico do gênero capa-e-espada, mas a inspirar novas adaptações. Ainda em 1973, o irreverente Richard Lester ("O Rato Que Ruge", "Os Reis do Ié-Ié", "Help") realizou uma nova (a sétima, salvo engano) versão cinematográfica do famoso folhetim de aventuras, onde satirizou ao máximo a figura dos Mosqueteiros do Rei e suas aventuras na França do rei Luis XV. Aproveitando a oportunidade do lançamento do filme, a Civilização Brasileira está colocando nas livrarias uma nova edição do clássico romance, em tradução de Fernando de Castro Ferro e apresentado como "texto integral, sem cortes ou adaptações", enquanto a Phonogram, há dois meses já lançou o LP (Bell Records, 2308081) com a trilha sonora do filme, criada pelo admirável Michel Legrand.
Se o filme de Lester chega a decepcionar - em que pese a visão caricata que procurou dar dos heróis de Dumas, nesta aventura ("Os Diamantes da Rainha") que pelo visto terá [seqüência] em outras fitas, e a respeito do romance original qualquer comentário é dispensável, haja vista que gerações e gerações, há 13 décadas vêm esgotando edições, só resta recomendar o LP, realmente com uma trilha musical ágil, movimentada, deliciosa, embora longe da ternura e "feeling" dos trabalhos anteriores de Legrand. Uma trilha realizada sobre encomenda, sem nenhum momento em seus 14 diferentes temas capaz de se tornar um clássico, mas indispensável, evidentemente, aos colecionadores de trilhas-sonoras e fãs do autor de "What I Do The Rest Of My Life?".
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COMPACTOS - Rápidos registros dos compactos que a Odeon, Phonogran e Continental colocaram nas lojas, nestas últimas semanas, que estão merecendo um bom trabalho promocional. Para quem curte o Sambão, na boa linha verde-amarela, temos com Nadinho da Ilha, lançado em LP há 3 anos("Quem Samba Fica") pelo paranaense Adelzon Alves, um CS-Odeon, onde interpreta os deliciosos "A Nêga Inês", de Carlos Cruz/Paulinho Resende e "Tiririca" (Sidney da Conceição/Nadinho). Já com Darcy da Mangueira, em CS/Continental, duas boas composições próprias: "Cauê-Cauâ" (em parceria com Sidney da Conceição) e "Amigo da Felicidade". Extraídos de seus últimos LPs, numa boa mostra para quem não pode adquirir os longa-durações, temos os CS-Odeon com Tito Madi ("Até Quem Sabe?"/"Sangue Latino"), Luiz Ayrão ("Se Preocupe Não"/"No Silêncio da Madrugada") e este notável Adoniram Barbosa ("Iracema"/"Saudosa Maloca"), que fez agora seu primeiro - e marcante - LP, cantando suas próprias músicas. Guilherme Lamounier, que teve um bonito LP editado há [alguns] meses pela Continental, comparece com duas músicas no CS: "Não Tenho Mais Medo do Bicho Papão" e "Vai Atrás da Vida Que Ela te Espera". Com o alienígena nome de Mac Chasney, mas cantando bons sambas, eis uma estréia em CS-Odeon, com as músicas "Ninguém Vai Conseguir" (Marquinhos/Maninho) e "Mudei e Opinião" (Marquinhos). Para públicos específicos, lançamento Continental, CS com Deny e Dino ("Teu Peso em Ouro"/"A Cara e a Coragem") e a cantora Rosemary cantando "Uma Nova Vida", de Odair José, e "Vem Bem", de Mita (?). Pela Phonogram, dois CS que vão vender adoidado: Juca Chaves cantando "Divina Cinquentona" e "A Cúmplice", duas novas satíricas composições e Erasmo Carlos em "Haroldo, o Robô Doméstico" (Roberto/Erasmo) e "Sou Uma Criança, Não Entendo Nada" (Erasmo/Humberto Paiva).
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