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Aramis

Poesias póstumas do amigo Maurício

Entre vários originais inéditos, o escritor, diretor, ator e publicitário Maurício Távora Neto (Florianópolis, 11/6/1937 - Curitiba, 12/6/1986) deixou também material para um livro de poesias. Sua viúva, a atriz Jane Martins Távora, gostaria, inclusive, de sensibilizar os amigos de Maurício para que fosse viabilizada a edição de um livro. Dono de ótimo texto, autor de uma dezena de comédias, Maurício tinha o seu lado lírico, pouco conhecido, mas com momentos de grande sensibilidade. xxx Agora, num agradecimento da família aos parentes e amigos, a família Távora, está distribuindo um cartão colorido, com um belo poema de Maurício, prova de que sua obra poética também merece uma maior divulgação. Com o título de "Nave", diz o poema de Maurício: O que não fiz, por certo outros fizeram, ou quem sabe esqueceram de fazer, como tantos distraídos que disseram saber contar estrelas sem saber que estrelas, meu amor, jamais esperam. Então, o que fazer? Por que viver? E neste não-viver, por que puseram sobre mim o estranhíssimo dever de ser branco nas dobras do lençol e negro nessas noites desonestas, tão descrentes de luz e de arrebol? Mas não faz mal. Dancemos nossas festas, felizes no que der, de sol a sol, brincando curvas, navegando arestas. xxx A ilustração também é de Maurício. Entre seus talentos, estava também as artes plásticas, tendo inclusive participado de alguns salões.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
07/08/1986

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