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Aramis

Poetas às mãos-cheias

Se a aplicação da fria lei nº 5.973, de 29/12/1978, que instituiu 4 de outubro como o Dia do Poeta (em Curitiba e no Paraná) é muito mais uma questão de consciência cultural do que cumprir um documento legal, não seria, entretanto, por falta de poetas que a lírica idéia do vereador Mário Celso deixaria de florescer. Não há mês em que não apareçam novos livros de poetas estaduais ou municipais, de maior ou menor voltagem e sensibilidade. Afinal, a poesia é um dos gêneros literários que atraem maior número de candidatos a um lugar ao Sol no universo das letras... Por exemplo, mesmo quando um livro saiu há dois anos, pode ter um relançamento. É o caso de "Meus Momentos... Poesias e Contos" do sr. Alfredo Giuffi Neto, que embora datado de 1986, foi colocado em algumas livrarias somente no final de dezembro. Ao que nos conta sua esposa, a simpática dona Regina Maria, 200 exemplares já foram vendidos, provando que há um público sempre interessado em conhecer os novos poetas. xxx Em versos simples, refletindo reflexões sobre o quotidiano e a vida, Alfredo Giuffi Neto coloca em sua lírica emoções do tempo presente. O livro tem ilustrações, mas infelizmente não há a menor identificação sobre quem as fez. Aliás, talvez por inexperiência editorial, o volume desperdiça seis páginas em branco, no início e final, que poderiam ser utilizadas para um prefácio e alguns dados sobre o autor. Além das poesias, Giuffi incluiu também oito contos. xxx Em nível nacional, então, a produção poética é imensa. Dois novos livros de mulheres que traduzem em poesias as suas inquietações: Paula Andrade de Moraes em "Marulho Marulhar" (João Scortecci Editor, São Paulo, 116 páginas) e Marilda Vasconcelos de Oliveira ("A Mão e o Fuso", José Olympio, 91 páginas). A poesia de Paula é telegráfica, fina e direta, com palavras-frases que falam por si. Já a pernambucana Marilda vem avalizada neste seu "A Mão e o Fuso" com o primeiro lugar no concurso Manuel Bandeira, promovido pela União Brasileira dos Escritores. Em sua poesia, busca a aparente simplicidade mas mascarando através desta linguagem acessível, uma profundidade poética, como, por exemplo confessa, num instante de desalento e íntima revelação, "encolho-me ao menor espaço/reservado a ninguém".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
02/04/1989

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