Quem diria, até travesti Divine acabou no western
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de setembro de 1987
Há certos mitos que passam a ser curtidos por uma aparente vanguarda sem nunca terem sido vistos. O travesti Divine é um exemplo clássico. Começou fazendo peças off Broadway nos anos 70 e chegando ao cinema pornô acabou ganhando condições de estrela de cult-movies - em obras como "Pink Flamingo" (exibido apenas uma noite, no midnight movies, do I FestRio 1984, no Bruni Ipanema) e, especialmente, "The Neon Woman". Em 1981, começou sua carreira como cantora, fazendo de "Native Love" um disco de grande vendagem - e seguindo a gravação de quatro elepês, todos absolutamente inéditos no Brasil.
Agora, um filme estrelado por Divine, numa produção sofisticada chega em vídeo selado: "Louca Corrida do Ouro", no qual contracena com um ator que surgia nos anos 50 como futuro galã - Tab Hunter (Arthur Gelien, Nova Iorque, 1931) e que chegou a fazer filmes importantes, antes de tomar um chá de sumiço. O diretor, Paul Bartel, é de escola de Roger Corman e em sua filmografia consta um elogiado ficção científica - "Death Race 2000", além de filmes como "Canniball", "Eating Raoul" e "Not for Publication", inéditos no Brasil.
Western desglamorizado, "A Louca Corrida do Ouro" gira em torno de Rosie (Divine), que provoca sensação ao chegar numa pequena cidade na qual a população se aglutina em torno da cantina de Marguerita Ventura (Laini Kazan).
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