Scherzade de Korsakov
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de abril de 1975
Com Nicola Andreievitch Rinski-Korsakov (1844-1908), a música russa, nos tempos dos Czares, atingiu o máximo de seu desenvolvimento artístico. Fazia ele parte do grupo "Os Cinco" que procurou dar um cunho puramente nacional [à] música de seu País "Scheherzade", suíte sinfônica, Opus 35 - que aparece agora no Brasil em belíssima gravação da Orquestra de Filadélfia, sob a regência de Engene Ormandy, e com solo de violino de Norman Carol (RCA Victor - Red Seal, 105.4056, março/75, Cr$ 50,00) foi dedicado por Rimski-Korsakov a Vladimir Vassielievitch Stassov (1824-1906), crítico musical muito famoso na época e que denominou de Koushka, isto é, "Os Cinco", que se propunham reformular inteiramente a música na Rússia. Eram eles: Cesar Antonovitch Cui (1835-1918); Mili Alexeivitch Balakireff (1837-1910); Alexandre Borodin (1833-1887); Modest Petrovitch Mussorgsky (1839-1881) e Rimski-Korsakov, por sinal, nenhum deles músico de profissão mas que sob a tutela do entusiástico e não raro tirânico Balakireff e propuseram fazer verdadeira revolução no terreno musical pátrio e assim passaram para a História "Scheherzard"foi concluída em junho de 1888 e iniciada na primavera em São Peterburgo. Conta o musicólogo Carlos Gonzáles que deduz0se que toda partitura foi polida e retocada em menos de um mês, pois os quatro movimentos (O Mar e o Navio de Simbad/A História do Príncipe e a Princesa/O Festival de Bagda) são datados respectivamente de 4, 11, 16 e 26 de julho e sua estréia se verificou a 15 de dezembro de 1888. Com a edição desta Suíte Sinfônica, e mais a adaptação para Ballet da ópera "Carmen" (gravação da Orquestra Boston Pops, sob regência de Arthur Fiedler, já comentada nesta coluna), a RCA Victor reinicia a edição no Brasil de seu prestigiado catálogo e erudito Red Seal.
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