TEATRO
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de março de 1973
Para apresentar o espetáculo "...E no entanto é preciso cantar" (Teatro Paiol, hoje e amanhã, 21 horas), o cantor-compositor Carlos Lyra (foto), está pela primeira vez, em Curitiba. Falar da importância do autor de "Marcha da Quarta-Feira de Cinzas" é desnecessário para aqueles que acompanharam a evolução da Bossa Nova, a partir do final dos anos 50. Trabalhando sozinho ou em parceria (com Geraldo Vandré, Vinícius de Moraes, Nelson Lins e Barros, entre outros), Carlinhos Lyra tem uma obra numerosa e, o que é importante toda ela do mais alto nível: não existe uma única de suas composições que não mereça ao menos a adjetivação de "boa qualidade". Seja numa música "inspirada no xaxado" como "Pau-de Arara" que fez para comédia musical (ou show) "Pobre Menina Rica" e que na voz de Ary Toledo transformou-se num êxito nacional (a partir de maio de 1966), seja num "samba-crítico" como "Influência do Jazz", em seus temas românticos ("Quem quiser encontrar o amor", "Primavera", "Minha Namorada"), ingênuos ("Lobo Bobo", "Maria Ninguém") ou, principalmente aquela que para muitos é a sua obra-prima (com letra de Vinícius de Moraes"): "Marcha da Quarta-Feira de Cinzas". Esta marcha-rancho foi uma das mais sérias tentativas de Lyra-Vinicius na busca de um maior envolvimento de bossa nova com as raízes populares.
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