TEATRO
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de março de 1973
Diretor dos mais irregulares, com uma filmografia dividida por anos com Norman Panamá e que se especializou durante quase duas décadas em comédias inconseqüentes, primeiramente com Bob Hope (cujos shows radiofônicos produziu a partir de 1937) e posteriormente com outros artistas relativamente famosos, Melville Shavelson merece uma revisão a partir deste amargo e sincero "Guerra entre homens e mulheres" (Cine Glória), onde sem afastar-se da comédia, realiza um trabalho de maior fôlego. Embora em seu segundo longa metragem como diretor, "O Prefeito se diverte"(Beau James, 1957), Shavelson já mostrasse uma certa sofisticação e bom gosto (o tema "Manhattan", tornou a trilha sonora daquela fita com Bob Hope praticamente inesquecível), ultimamente sua carreira apresentava um extraordinário declínio, do que foi uma mostra seu desastroso "Os seus, os meus, os nossos", rodado há cinco anos. Neste "War between men and women", Shavelson, amparado num excelente trabalho do humorista James Thurber ("The Last Flower"), constrói uma sátira amarga a vários temas caros do american way of life: o celibatário, o matriarcado, a liberdade sexual, o desenvolvendo as seqüências num ritmo de cartoon, mas que a dramaticidade de certas situações (a cegueira do personagem Peter Wilson/Jack Lemmon (foto); a desintegração familiar) faz com que outro amargo cartunista da sociedade americana seja lembrado: Jules Feiffer.
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