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Paulinho da Viola, a resistência da MPB

Há quatro anos que Paulinho da Viola não lança disco novo. E há quase dois que não vem à Curitiba. Sua última apresentação foi no SESC da Esquina, modestamente, quase desapercebido. Portanto, sua única apresentação, hoje à noite (21 horas, auditório Bento Munhoz da Rocha Neto) tem uma especial significação: nos traz, a (rara, portanto) chance de aplaudir um dos mais importantes nomes da MPB. Qual é o melhor Paulinho? O compositor? O instrumentista? - além do violão, também o cavaquinho e mesmo o bandolim? Ou o cantor, voz afinadíssima, suave, redonda, como poucos?

Beth, o samba com todo o romantismo

Beth Carvalho continua a mesma. Isto é, maravilhosa! A ironia do pagode de "Corda no pescoço" (Almir Guineto/ Adolfo Magalha), falando que "o povo como está/ Está com a corda no pescoço/ É o dito popular/ Deixa a carne e rói o osso", ou o romantismo de mais um inédito do grande Cartola (Agenor de Olveira - 1908-1980), em parceria com Regina Werneck (ex-Quaterto em Cy), no belíssimo "Espero por ti". "Mesmo sem saber/ Se virás um dia Eu espero por ti/ confiante e só aqui".

As gravuras de Sandra

Parodiando aquela música de outros carnavais: exposição a gente encontra em toda parte. Só não encontra é a exposição que justifica maior atenção. No comercialismo que domina o mercado plástico da cidade, com galerias e mais galerias lançando novos artistas (sic) na praça, se torna difícil dedicar tempo e espaço a um setor que parece até armazém de secos & molhados. Felizmente, de quando em quando, acontecem algumas mostras significativas que merecem destaque.

Hermínio, amor e poesia, 50 anos

Lindolfo Gaya e Stelinha Egg, dois artistas do maior respeito, terão, hoje, uma especial alegria: vão reencontrar um de seus maiores amigos, o poeta, compositor, produtor e animador cultural Hermínio Bello de Carvalho, diretor da Divisão de Música Popular do Instituto Nacional de Música/Funarte. Hermínio está em Curitiba há 3 dias. Veio apenas rever amigos e descansar após sua participação no I Congresso Nacional de Música Popular (5 a 7 de março), em Araxá, no qual foi um dos mais atuantes expositores.

Araci Cortes, 80 anos

Bendita a hora que o Instituto Nacional de Música / Funarte e a Continental firmaram um acordo operacional para que as produções fonográficos produzidas pelo órgão oficial fossem industrializadas, distribuidas e comercializadas pela gravadora paulista. Com isto, a Continental que andava mal das pernas passou a ter um excelente catálogo do que há de melhor na produção de MPB e os discos da Funarte, até agora restritos a uma minoria com acesso as sua loja no Rio, ou precário ( ainda ) sistema de distribuição, passaram a encontrar com maior facilidade verdadeiros documentos da MPB.

As gravuras de Sandra

Apesar do frio e da neve, Célia Lazarotto, mineira de Belo Horizonte, ex-diretora da Casa do Brasil em Paris, tradutora e, principalmente, a grande companheira do compadre Poty - o nosso artista plástico de maior renome nacional, está na cidade. O casal veio passar alguns dias, Poty, caladão como sempre mas rodeado de centenas de amigos que aqui tem 1 especialmente feliz com o reencontro com Franco Giglio, uma das pessoas com quem mais se identifica em seu trabalho.

Alberta

Curiosos os caminhos musicais: só aos 62 anos é que a esplêndida cantora Clementina de Jesus - hoje com 78 anos foi descoberta por Hermínio Bello de Carvalho, que após inclui-la em alguns shows no Teatro Jovem, a lançou como principal interprete do histórico "Rosa de Ouro". Outras vezes uma cantora se afasta da vida musical por pouco tempo e é esquecida pelo público. Mas também pode ocorrer o inverso... ao menos nos Estados Unidos.

Vinícius, Guarany, Carmen e Clementina, a benção!

Nosso mundo (terreno) perde seus poetas e músicos e a orquestra celestial é reforçada: na terça-feira, foi o amigo Vinícius de Moraes, que, como tão bem disse seu irmão de afeto (e poesia) Carlos Drummond de Andrade, << entra no céu, rodeado de anjos, crianças, virgens e matronas que entoam << Se Todos Fossem Iguais a Você>. Na sexta-feira, a notícia da morte de outro grande amigo - não famosos quanto Vinícius, mas igualmente bela e maravilhosa figura humana e profissional dos mais conscientes e talentosos: Guarany Fernandes, 50 anos, baterista.

No recital dos Caymmi a homenagem a Carmen Costa

Quando o ministro Jair Soares, da Previdência Social, citou o caso da aposentadoria da cantora Carmen Costa (Carmelina Madriaga) para "ilustrar" a corrupção do INPS, cometeu uma grande injustiça. Mesmo que o processo que daria à criadora de "O Jarro da Saudade" uma magra aposentadoria apresentasse irregularidades, de ordem burocrática, jamais uma artista da dimensão humana e profissional de Carmen Costa poderia ser colocada, via Embratel, como ligada à corrupção.
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