Almir Sater, a brasilidade que o sucesso não consumiu
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de abril de 1992
Tendo amargado anos de esquecimento, Almir Sater transformou-se, via televisão ("Pantanal", "Amazônia"), em superstar tupiniquim, responsável, inclusive, pelo boom da música rural. Pena que a maioria das duplas e mesmo solistas que aproveitaram o modismo do country nacional não chegue nem ao dedão do pé de Sater, mato-grossense de Campo Grande, autêntico em suas raízes e cuja obra sempre admiramos.
Bilionário, com agendas lotadas, o hoje super galã Sater lota estádios e seus discos vendem como pão quente. Com a carreira inteligentemente administrada por José Amancio, Almir continua selecionando bem seu repertório, como mostra numa gravação ao vivo, feita entre 17 a 20 de outubro de 1991, no Palace, que agora foi lançado pela Sony.
Acompanhado por seu irmão Rodrigo (violão), Reginaldo Feliciano (baixo), Luís Lopes (teclados) e o veterano José Gomes, violino, ex-Conjunto farroupilha, Almir Sater traz um repertório de belos temas, falando da terra, do amor, e dos encontros - parcerias com João Bá ("Cavaleiro da Lua"), Renato Teixeira ("Tocando em Frente", "Hora do Clarão", "Trem de Lata", "Um Violeiro Toca" e "Índios Adeus") e Paulo Simões, companheiro dos tempos difíceis ("Razões"). Almir lembra também outros amigos, com belas músicas, como "cabelo Loiro" da dupla Tião Carreiro e Zé Bonito e "Moreninha Linda" de Tonico/Priminho/Maninho. Um disco-registro de um artista brasileiro de letra maiúscula, que apesar do sucesso conserva (ainda) sua autenticidade.
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