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Aramis

Artigo em 22.01.1985

Aos poucos, alguns edifícios de Curitiba estão com as fachadas submetidas a um processo de lavagem e pintura, dando melhor aspecto ao centro. Um, que passou por completo mack-up foi o Terranova na Rua Voluntários da Pátria. Já a pintura do quase cinqüentenário edifício Carvalho Loureiro (Rua XV, esquina com Barão do Rio Branco), pertencente aos herdeiros do vereador Elias Karam, está tendo os trabalhos dirigidos por três arquitetas de nomes repletos de consoantes: Virgínia Kleine Alber, Tania Ganstechf e Rebeka P. K. Tabatschnicizik. Triste destino dos relógios públicos da cidade, que têm vida efêmera, em termos de funcionamento: da Praça Osório há anos não anda com precisão e o que foi instalado há pouco, no antigo edifício do Clube Curitibano, também está emperrado. Fernando Fontana, empresário, ex-secretário da Indústria e Comércio, hoje executivo da filial de um banco paulista, no Paraná, não quis disputar a presidência da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil e toma posse no próximo dia 24. Dos três vice-presidentes da ADVB são Léo Leone, Sergio Reis e Luiz Alberto Pedroso. Braulio Faria Prado, um dos melhores instrumentistas paranaenses – mas há 15 anos afastado profissionalmente da música – afinal decidiu voltar: está pilotando um verdadeiro rolls-royce dos teclados, um Essenfelder meia cauda, safra 1937, instalado num restaurante do Batel. Braulio, que em sua infância era a maior atração do Clube Mirim M-5, na Rádio Guairacá – tem um estilo personalíssimo ao piano e exibe um repertório dos mais ecléticos, razão pela qual a casa em que se apresenta (Loam) ganhou uma nova faixa de clientes: os que apreciam realmente pianistas de competência. Lamentável que "A Rainha do Rádio", um sincero filme que Luiz Fernando Goulart realizou com base no monólogo de Soffiati Filho, tenha tido exibições em apenas dois dias no Cine Groff. Um filme de raízes brasileiras, crítica e hipocrisia das pequenas cidades, mereceria melhor programação. Hoje e amanhã, dentro do "festival de filmes brasileiros malditos"- ou seja, aquelas produções que não conseguiram lançamento comercial de no menos uma semana, será exibido "Teu/Tua", de Domingos de Oliveira. Luiz Fernando Goulart está rodando atualmente um novo filme _ "Tropclip", que está tendo um tratamento promocional inédito: semanalmente a produtora (Studrofilmes) envia releases a respeito do andamento dos trabalhos para jornalistas de todo o País. O último diz que o grande lançamento do filme é uma bela carioca, Tânia Nardini, ex-aluna de Lennie Dale e decida a ser a nova Sex symbol do cinema nacional. Informação confidencial: dos onze grupos que disputam a nova AM em concorrência – e que será a 27ª emissora da Capital – o que estaria, até agora com melhores chances para ganhar o régio presente seria o liderado pelo Deputado Renato Johnson e o empresário Joel Malucelli. Renato Johnson, é bom recordar, após muito namoro malufista, acabou tancredando. Na última hora, mas tancredou! A secretária Gilda Poli, da Educação, não se deixou vislumbrar pela status que a fez deixar sua tranqüila vida de professora em Cornélio Procópio e se fixar em Curitiba. Todos os sábados, como uma anônima dona-de-casa percorre os supermercados e mercearias próximas ao edifício em que reside, na Rua Visconde do Rio Branco, para fazer as compras semanais. E já se tornou uma freguesa familiar e simpática nos estabelecimentos em que faz as compras – sempre preocupada em encontrar os melhores preços. O jornalista/radialista Zuza Homem de Mello passou o fim-de-semana em Curitiba, revendo amigos, conhecendo novos compositores e, no Domingo, encantando-se com a bucólica chácara da Família Grecca, em Piraquara. Zuza levou os elepês do duo Chico Mello/Helinho Brandão, a "Paixão Segundo Cristiano" com Paulo César Botas / Marinho Gallera e Coral de Curitiba e mais uma fita com músicas de Gersinho Fisbein para divulgar estes bons autores em seu ouvidíssimo programa diário na Jovem Pam. Zuza, que é fã das Nymphas, só não levou o disco deste grupo vocal porque as meninas estão tão entusiasmadas com o mesmo que se esqueceram de divulgá-lo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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22/01/1985

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