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Aramis

"Batalha dos Guararapes"

O fracasso de bilheteria de "Batalha dos Guararapes". de Paulo Thiago, produção de Cr$ 40 milhões (a mais cara do cinema nacional), lançada simultaneamente em 250 cinemas em todo o País (quatro em Curitiba) é sintomática: veio demonstrar o grande equívoco de nossos produtores, em acreditar que fenômenos isolados como "Dona Flor e Seus Dois Maridos" de Bruno Barreto e "Xica da Silva" de Cacá Diegues, podem ser repetidos com [freqüência]. Como "Batalha dos Guararapes" não faturou nem Cr$ 100 mil em Curitiba, desde segunda-feira, dois dos quatro cinemas que o [exibem] já mudaram o programa: "O Animal", comédia francesa sobre as aventuras de um "stunt-man" (Jean Paul Belmondo) e uma atriz sexy (Raquel Welch) entrou no Cine Rivoli, enquanto que no Vitória - paralelamente ao Bristol e São João - estreou a pornocomédia "O Homem de Itu de José Miziara. O produtor do filme Anibal Massaini Neto e o astro principal, Nuno Leal Maia, estiveram na cidade, badalando a fita que deverá, na opinião de João Aracheski, executivo da Fama Filmes, faturar em sete dias aquilo que "A Batalha dos Guararapes" não conseguirá em um mês". No elenco de "O Bem Dotado/O Homem de Itu" estão atrizes veteranas - como Consuelo Leandro, Lola Brah, Esmeralda de Barros, bem despidas - como Marlene França, Helena Ramos, Aldine Muller, além da bela Ana Maria Nascimento e Silva, que é uma das filhas do ministro da Previdência. Os melhores programas neste final de semana ficam por conta das sessões da meia-noite e meia no Astor: hoje, a aguardada reprise de "Casa de Bonecas" que Joseph Losey rodou em 1973, baseado na peça de Henryk Ibsen (1822-1906) escreveu em 1879 - e que no teatro, foi vista em Curitiba, há cinco anos passados, com Tonia Carrero e Carlos Kroeber `´a frente do grande elenco. Agora é a maravilhosa Jane Fonda que está na cabeça do elenco desta versão do famoso texto. Amanhã, o penúltimo longa-metragem de Ingmar Bergman, "Face a Face", que mereceria ter um relançamento normal. A propósito, para entender melhor a obra (difícil) do [cineasta] sueco, recomendamos a leitura de "O Cinema Segundo Bergman" (Editora Paz e Terra S/A, 245 páginas, Cr$ 120,00), coleção de 13 entrevistas de Bergman aos críticos suecos Stig Bjorkman, Torsten Manns e Jonas Sima. Com este livro, a Paz e Terra está dando [seqüência] a uma valiosa biblioteca de livros sobre cinema, por onde já apareceram obras de Glauber Rocha, Jean Claude Bernardet, Leif Fuhammar/Folke Isaksson e Ismail Xavier. No mais, "Laranja Mecânica", de Kubrick no Astor, merece sempre uma revisão.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Cinema
3
06/10/1978

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