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Aramis

Biermann, o contestador

Se algum produtor de maior imaginação de nossas rádios decidisse fazer uma audição ilustrando fatos da atualidade e escolhesse como ponto de partida o atualíssimo tema da contestação dos intelectuais comunistas - agora mais do que nunca em evidência com o desterro do escritor Soljenitsin - encontraria em Curitiba, um único exemplar do disco do compositor e cantor alemão Wolf Biermann, citado no número de "Veja" nas bancas como um crítico feroz do regime da Alemanha Oriental. O professor Helmuth Lied, do Goethe Institut, dono de uma boa discoteca tem algumas gravações de Biermann, 37 anos, que embora seja um comunista convicto (fugiu da Alemanha Ocidental para viver detrás da Cortina de Ferro) faz músicas em que não poupa o sistema e por isto já foi expulso do PC e proibido de cantar em público ou divulgar suas músicas. Em Berlim Ocidental algumas de suas gravações são encontradas em prateleiras especializadas de "protets songs". Falando em gravação rara, o professor Lied tem outro disco curioso: uma edição reproduzindo a apresentação que Paulinho da Viola e Maria Bethânia fizeram na Alemanha Ocidental há quase dois anos e que embora lançada comercialmente não chegou - um único exemplar - na mão dos artistas brasileiros. Paulinho por sinal nem sabia da existência deste disco e ficou bastante curioso em conhecê-lo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Panorama
4
20/02/1974

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