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Aramis

Cartas

Túlio Vargas - (Brasília): - "Lamentavelmente, o Funrural não presta assistência médica aos portadores de doenças psiquiátricas. Considerando que a maior incidência desses males tem ocorrido, ultimamente, nas áreas interio ranas, os ônus tratamento estão recaído sobre as Prefeituras Municipais. Considerando que maioria delas não dispões de recursos financeiros compatíveis, é fácil imaginar a gravidade de que se reveste o problema da crescente demanda de internamentos, haja visto que os hospitais das grandes cidades estão suportando acima da sua capacidade de atendimento. Não se trata de uma questão meramente regional. É mister atender para o grande número de doentes necessitados de cuidados psiquiátricos no Brasil. Esse número ascende a dez milhões, isto é , dez por cento da população brasileira. Entretando apenas três por cento desses doentes estão sendo atendidos. Há falta de afetiva ordenação dos serviços de assistência especializada nesse campo. Em primeiro lugar é extremamente deficiente o serviço ambulatórial, extra-hospitalar. Nas nações de maior desenvolvimento, o hospital psiquiátrico deixou há muito de ser o centro de mecanismo assistência. O internamento só ocorre quando não e possível dar ao paciente o tratamento extra-hospitalar. O dr. Judicelli de Freitas do Ministério da Saúde, declarou, recentemente, sessenta por cento dos casos recolhidos aos hospitais, constituem internações indevidas. O Ministério da Saúde já estabeleceu as bases de uma nova política da saúde mental, visando a redinamização dos hospitais psiquiátricos, de modo a torná-los mais eficientes no seu fim de tratar e recuperar o doente, pois o que hoje ainda se observa é o hospício transformado em campo de concentração. Importante é a intensificação do tratamento ambulatórial e o estímulo do trabalho comunitário. Talves o mais necessário seja uma ampla divulgação do que está sendo feito, porque assim a Nação ficará conscientizada dos erros atuais. O doente mental precisa encontrar uma verdadeira assistência, que não significa a cotação de hospitais, mas a sua recuperação pelos meios mais adequados. Mas, voltando ao tema inicial, é inconcebível sejam sobrecarregadas as Prefeituras Municipais nesse mister, pois outros encargos que lhes são mais pertinentes, praticamente, esgotam-lhe os recursos orçamentários. É preciso que na execução dessa nova política o governo amplie a faixa de atendimento médico para o homem do campo, deixando-lhe ao alcance em toda plenitude, os benefícios do Funrural".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
1
12/03/1974

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