No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de novembro de 1989
José Augusto Iwersen, 43 anos, hoje próspero editor de publicações ligadas ao entretenimento, radicado em São Paulo - mas bicho do Paraná, pioneiro da cultura cinematográfica local no início dos anos 60 (cine clube Pró Arte, cine de arte Riviera, produção de filmes super 8 etc), criou a coleção "Nossos Amigos" para a Nova Sampa Diretriz Editorial, destinada a edições monográficas sobre grandes nomes do cinema. O primeiro volume é dedicado a Charlie Chaplin, com texto biográfico e filmografia de Alfredo Stemheim e um ensaio especial de Márcia Kupstas. A filha de Iwersen, Francine, estréia editorialmente integrando a equipe técnica na produção deste livro: fez algumas traduções de textos em inglês aproveitados no volume.
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Entre outras publicações que Iwersen vem editando está "Cinevídeo" publicação bastante popular, com edições que se esgotam nas bancas de jornais e revistas. Os últimos números foram dedicados aos 50 anos de Batman, James Bond, Madonna e ao filme "A Fera do Rock" (Great Balls of Fire) de Jim McBride, que teve fotografia do brasileiro Afonso Beato.
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O ex-deputado Tulio Vargas, hoje dedicando-se mais as atividades intelectuais, encontrou na biblioteca do Centro de Letras do Paraná uma quantidade tão grande de exemplares de "Ilusão e outros Poemas" de Emiliano Perneta (Curitiba, 1866-1921), editado pela GRD em 1966, que teve uma atitude simpática: distribuiu para jornalistas, acompanhado do release anunciando que no dia 25, sábado, na Ilha da Ilusão do Passeio Público, haverá a reconstituição da cerimônia de coroação de Perneta como "O Príncipe dos Poetas Paranaenses". Essa solenidade aconteceu em 1911, "no mesmo local onde agora se repetirá, numa justa homenagem memória do consagrado vate".
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O pintor Fernando Perneta Vellozo, às vésperas de seus 60 anos - embora esbanjando juventude e energia (atualmente está em excelente fase de criação, com vários trabalhos em desenvolvimento no atelier-residência, para o qual mudou-se há poucas semanas) é um dos sobrinhos-netos de Emiliano Perneta. Conhecedor profundo da vida de seu ilustre antepassado - e tendo residido por anos na Rua Emiliano Perneta (ex-Aquidabã), Fernando gosta de sempre destacar o lado bem humorado, irônico e inteligente - mas pouco conhecido do poeta Emiliano. Em termos de interpretação de sua obra, uma das maiores autoridades é a professora Cassiana Lacerda Carolo, expert também na vida de Emilio de Menezes, outro poeta da belle époque curitibana.
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Como se não bastasse o "Dékalog" de Krzystof Kiseslewski, no Goethe Institut e as sessões da meia-noite no Ritz, com os últimos programas do rastolho da XIII Mostra Internacional de Cinema, uma nova maratona de cultura cinematográfica inicia hoje, às 19 horas, no auditório Brasilio Itiberê: "Uma história da vanguarda cinematográfica dos EUA". Sem o custo de um único centavo ao Estado, uma mostra de obras que mostram vários estágios da criação cinematográfica americana.
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Hoje, no primeiro programa, um cult-movie raríssimo: "Fireworks" de Kenneth Anger, o famoso autor de "Hollywood Babylon" - um livro tão explosivo sobre os bastidores de Hollywood que esteve proibido durante 20 anos nos EUA. Ator infantil (em 1935, aparecia como um duende em "Sonho de uma noite de verão", de Max Reinhardt), Kenneth realizou alguns filmes experimentais nunca vistos no Brasil. A inclusão de "Fireworks" no programa de hoje é, assim, oportunidade única para se conhecer um trabalho especial. Outros realizadores de vanguarda também tem filmes neste primeiro programa: Maa Deren, Alexander Hamid ("Meshes in the Afternoon"), Harry Smith ("Early Abstractions") e James Broughton ("Mother's Day"). Jonas Mekas, com "Notes on the Cricus" - outro clássico da vanguarda - será visto no 5º programa (dia 21, terça-feira).
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O cônsul geral dos EUA, em São Paulo, Myles Frchatte e o adido cultural, Michael Greenlagh, chegam hoje, especialmente para prestigiar a promoção.
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Apenas quatro espectadores assistiram na quinta-feira, meia-noite (Ritz) a um dos três melhores filmes do rastolho da Mostra Internacional de Cinema: "Imagens de um Velho Mundo", lírico e emotivo documentário sobre idosos nas regiões de Liptov e Orava, na URSS, com imagens belíssimas - lembrando os melhores trabalhos dos documentaristas Joris Ivens e Robert Flaherty. Rodado em 1972, somente no ano passado foi liberado para mostras internacionais.
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