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Aramis

Catálogo já oferece 1.600 boas ofertas

O catálogo da Microservice - Microfilmagem e Reproduções Técnicas (Rua Jacofer, 479, São Paulo) apontava, em meados de abril, exatamente 1.482 gravações CDs existentes para 18 etiquetas que operam no Brasil. Agora, este número já deve ter ultrapassado a barreira dos 1.500, pois mesmo com todas as restrições econômicas o número de produções com a tecnologia do CD amplia-se cada vez mais. Até agora, a CBS, com 411 discos CDs em catálogo, é a que lidera as gravadoras que mais acreditam nesta faixa, seguida da Polygram (335), EMI-Odeon (154) e WEA (154). A RCA e a Sigla (62 títulos cada) ainda têm sido prudentes em suas produções em CDs, sendo que a segunda - com a força promocional da Rede Globo de Televisão - é a que tem um catálogo mais popular, basicamente com temas de telenovelas. Gravadoras formadas exclusivamente por capital nacional - como a Continental e a Copacabana - não investiram em CDs, embora com as novas opções dos players portáteis, motoristas de caminhão que cruzam as BRs do país ouvindo artistas como Roberta Miranda, Trio Parada Dura, Milionário e José Rico, Pedro Bento e Zé da Estrada, Amado Batista, etc., se constituem num público em potencial. Pequenas etiquetas, com catálogos mais selecionados, também vem investindo em CDs, com edições que visam não só o mercado nacional mas também chegando a Europa e Estados Unidos. A Visom, voltada basicamente à música instrumental - assim como o Som da Gente (ver nota a parte nesta mesma página), já lançou CDs dos violinistas André Geraissati ("Insight") e Sebastião Tapajós ("Lado a Lado", com o tecladista Gilson Peranzetta), além do grupo mineiro Uakti ("Mapa"). Roberto Polygram, diretor de marketing da Microservice, destaca o fato de algumas gravadoras já fazerem lançamentos somente em CDs - como a série "The Complete Duke Ellington" (5 volumes, CBS), ou "Billie's Blues"(EMI-Odeon), com Billie Holliday. Se a Clan, etiqueta do Zimbo Trio, até agora só ficou num título ("Zimbo Trio e Tom"), duas novas etiquetas aparecem em destaque: a CSP, com três títulos - incluindo uma gravação do recém falecido maestro Eduardo Assad - e a Movieplay, com nada menos de 138 produções no melhor clássico e jazz. A Imagem, do bravo Jonas Silva, há 22 anos insistindo na qualidade, já tem seis lançamentos em CDs, incluindo o histórico "Chet Baker Sings Again" - um dos álbuns que mais influenciou João Gilberto e a Bossa Nova. A nacionalista Kuarup, de Mário de Aratanha, tem 8 títulos em CDs, todos já colocados no mercado externo - especialmente porque Turíbio Santos, um de seus contratados ("Villa Violão"), é um dos violinistas brasileiros mais conhecidos na França, onde vive há vários anos. Enquanto a RGE está fazendo principalmente reedições - incluindo os primeiros discos de Chico Buarque, Vinícius e Toquinho e uma coleção de 10 documentos da Bossa Nova, a Eldorado já tem nove lançamentos diversificados: desde o blues de André Christovam ("Mandiga") até "As Quatro Estações", com o pianista João Carlos Martins. Mesmo etiquetas independentes, dos próprios artistas, lançam-se na aventura em CD: Amaral Vieira, pianista, criou a Scorpius, para ter seus três álbuns a disposição em Compact Disc.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
05/05/1990

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