"Don Quixote", uma opção além do cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de julho de 1980
Hoje, às 21 horas, é o último dia para assistir a << Don Quixote >>, que o Teatro Experimental de Cascais está apresentando, desde terça-feira, no auditório Salvador de Ferrante do Teatro Guaíra. A manhã, o mesmo grupo estréia << A Maluquinha de Arroios >> de André Brun (1881-1926), com cenários de Jorge Marcel, figurinos de Pinto de Campos, direção de Carlos Avilez, o mesmo responsável pelos dois espetáculos anteriormente mostrados pelo grupo nesta temporada em Curitiba.
André Brun, o autor de << A Maluquinha de Arroios >>, deixou, ao morrer, há 54 anos passados, vasta obra (30 livros em prosa e verso, dos quais se destacam os contos humorísticos e as peças), mas que, até agora, permanece praticamente desconhecido no Brasil.
Como acentou um crítico português, << Brun nos faz rir, mas ao mesmo tempo, insidiosamente ele inquietados. Há na sua prodigiosa força teatral, como um bom punhado de obras realizadas e exaustivamente encenadas qualquer coisa de tão insólito, de tão extravagante que mesmo caricaturando ou retratando uma época, permanecer capaz, de nos nossos dias, ceder lugar à novidade, provocando-nos como que um desejo de << despertar para este tempo em que o humor para seguir diferentes rumos: a crueldade, o macabro o absurdo >>.
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