Eletricidade germânica
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de agosto de 1984
Para a garotada que curte a fusão pop-rock- jazz, o Goethe Institut promove, hoje, no auditório da Reitoria, um concerto (?) interessante: o Cassiber. Totalmente desconhecido no Brasil, esse quarteto foi formado há apenas dois anos, após um festival de jazz realizado em Frankfurt. O grupo teve algumas críticas favoráveis na Alemanha e, sem dúvida, faz um som da pesada, com tudo que a chamada linguagem free permite - como podemos observar nas quatro elétricas faixas de "Manor Monkey", gravado em 45 rpm, num pequeno selo da RFA, o Rishant - naturalmente sem distribuição comercial no Brasil.
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Ao trazer ao Brasil grupos como o Cassiber, o Goethe Institut prova, mais uma vez, a abertura de seus diretores em Munique, preocupados em que as promoções culturais atinjam os vários segmentos de público. Há alguns anos, o Goethe patrocinou uma turnê do Passport, pela América do Sul, na época pouco conhecido, hoje com mais de uma dezena de elepês editados pela WEA. O Cassiber não tem a voltagem e o equilíbrio do Passport, mas não deixa de refletir um estilo musical, fundindo elementos "punk", jazz, eletrônica e até visões do movimento Dada, "um verdadeiro fogo de artifício de irritações permanentes", como disse o crítico Peter Kemper, do jornal "Allgemeine Zeitung", de Frankfurt.
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É um espetáculo provocativo e até irritante, em termos sonoros. Destinado a uma faixa jovem, que de certo lotará o auditório da Reitoria - esperamos que sem prejuízos para as poltronas daquela sala. (Para os que preferem música tradicional, no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, haverá hoje o concerto do pianista Arnaldo Cohen.) Em tempo: o Cassiber é formado por Christoph Anders (vocais, guitarras, teclados, sax), Chris Cutler (percussão), Alfred Harth (sax, clarineta) e Heiner Goebbels (teclados, guitarra).
LEGENDA FOTO 1 - Cassiber: som elétrico alemão na Reitoria.
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