A emocionante mostra do talento de elifas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de novembro de 1980
"Impressões", a retrospectiva de Elifas Andreato, inaugurada na noite de quinta-feira, no Museu Guido Viaro, não poderia ter melhor repercussão. Pelo menos duzentas pessoas entre nomes conhecidos e também estudantes, foram conhecer de perto, os trabalhos deste paranaense radicado há 21 anos em São Paulo e que hoje é o mais requisitado artista gráfico do País. O próprio Elifas passou a terça e a quarta-feira, montando a exposição, que tem um sentido didático, já que sua preocupação foi deixar ao alcance do público o material com que trabalha. Quase todas as reproduções do belíssimo quadro simbolizando o Natal na favela foram vendidos na noite de abertura, mas, atendendo a solicitação de Vicente Jair Mendes, diretor do Museu Guido Viaro, Elifas deixou uma cota de 25 unidades, assinadas e numeradas, a venda por apenas Cr$ 300,00.
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Entre os muitos nomes conhecidos que foram abracá-lo, estava Juarez Machado, que chegando para a abertura do Salão da Mulher onde sua esposa, Eliane Carvalho, mostra suas confecções de alto nível se entusiasmou ao saber que Elifas estava inaugurando sua retrospectiva. Juarez e Elifas, não se conheciam pessoalmente, mas, obviamente, um admirava o trabalho do outro há muito tempo, Juarez fica na cidade até segunda-feira, revendo amigos. Ele e Eliane, acabam de retornar de rápida viagem a Itália e França e no segundo semestre de 1980. Juarez fará sua individual em Nova Iorque, já tendo assinado contrato com um dos mais respeitados profissionais americanos na área das artes plásticas. A intenção de Juarez é se fixar por alguns meses em Nova Iorque, num contato direto com o meio artístico local.
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O prefeito Jaime Lerner, foi um dos primeiros a chegar a retrospectiva de Elifas que se espalha pelos três andares do Museu Guido Viaro, classificou a mostra como uma das mais impressionantes que já viu e não teve dúvidas: convidou o artista para permanecer três meses em Curitiba, desenvolvendo um trabalho junto ao centro de Criatividade necessitando sempre de gente de boas idéias. Elifas gostou tanto de Curitiba, que a idéia começa a germinar e ontem, ao embarcar de volta a São Paulo, já comentava o assunto com sua esposa, Iolanda que embora só chegando à tarde, para a inauguração, se mostrava entusiasmada com a cidade.
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