Eydie em tempo de boleros
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de setembro de 1989
Ao lado de sua preocupação de reeditar o melhor da MPB, Leon Barg, da "Revivendo" - etiqueta que já conta com 30 excelentes álbuns, nos quais estão garimpados momentos magníficos de nossa música também tem feito algumas edições de artistas dos anos 40/50, estrangeiros, de grande apelo popular. Assim lançou álbuns com Libertad Lamarque, Pedro Vargas e o Trio Los Panchos. Estes últimos, de grande popularidade no Brasil nos anos 50, tem ainda um público fiel. A CBS, detentora dos fonogramas do Trio Los Panchos, cedeu alguns para a reedição de Barg, mas guardou os da cantora Eydie Gormé, que participava de seus elepês para edições próprias, pois aos 57 anos, esta cantora nascida em Nova Iorque, ainda está em boa forma, como mostra em "De Corazon a Corazon", gravado no ano passado, em produção executiva de Dom Tomas Munoz, ex-presidente da CBS brasileira. Com arranjos de Bebu Silvetti, Eydie interpreta boleros deliciosos de Armando Manzanero ("Esta Tarde vi Llover", "Contigo Aprendi", "Somos Novios"), Julio Guttierres ("Inolvidable"), Carlos Portillo de La Luz ("Contigo en la Distancia"), ao lado de duas versões, aboleradas naturalmente, de músicas brasileiras: "Sentando a la Bera del Camino" (Roberto / Erasmo Carlos) e "Que Quieres Tu de Mi" (Jair Amorim / Evaldo Gouveia).
Americana, tendo cantado com bandas como as de Ken Greeglass, Tommy Tucker e Tom Benecke (sucessor no estilo de Glenn Miller, no programa de TV "Steve Allen's Tonight Show", a partir de 1953), temporadas constantes nos cassinos de Las Vegas, seria, entretanto, como intérprete de boleros - e em suas atuações com o Trio Los Panchos - que Eydie Gormé se tornaria mais conhecida. A edição deste seu elepê é oportuna, mostrando uma cantora eclética e, ainda, em boa forma.
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