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Aramis

A família da sequestrada

Hoje, quando a sra. Fanny Carmol, uma das quatro brasileira que se encontravam no airbus da Air France, seqüestrado pelos guerrilheiros árabes, desembarcar em São Paulo, vindo diretamente de Paris, duas famílias de Curitiba estarão voltando a tranqüilidade: desde às 15 horas de domingo passado, que mais de 30 parentes da sra. Carmol, residentes em nossa cidade, acompanham, com ansiedade, o desenrolar das negociações internacionais para a libertação dos reféns, que se encontram no aeroporto de Kampala, um Uganda. xxx Um dos sobrinhos da sra, Fanny Carmol é o arquiteto Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba. Sua mãe, dona Elza Carmol Lerner, 66 anos, é cunhada de Fanny, viúva de Moisés Carmol (1919-1975), e o casal residiu alguns anos em Curitiba. Radicados em São Paulo, instalaram a Fábrica Catarinense, no bairro do Bom Retiro que, fabricando pijamas e camisas, tem inúmeros clientes no comércio curitibano. xxx Assim, dona Fanny Carmol é concunhada do sr. Felix Lerner, 70 anos, pai de 5 filhos, entre os quais o arquiteto Jaime e o engenheiro Julio Lerner. Embora abalada com a morte de seu marido, há 18 meses, dona Fanny continuou a dirigir a Fábrica Catarinense. xxx Dona Fanny, mãe de 4 filhos - Germano, 39 anos, médico cardiologista, Bernardo, médico radiologista, Regina e Clarina, solteiras, tem 2 netos. É uma senhora bem humorada, de muita disposição e que durante os dias em que passou seqüestrada, mostrou calma e procurou, inclusive, manter elevada a moral entre os traumatizados passageiros. Nascida na Polônia, tendo conhecido desde criança dias difíceis de perseguição ao seu povo, dona Fanny sempre soube enfrentar as mais diferentes situações. Diabética, tinha, felizmente, a medicação necessária, de forma que, ao contrário de outra senhora brasileira que também se encontrava seqüestrada, Bertha Zukerkon não chegou a ter problemas de saúde. xxx Além dos Lerners, outra família israelita da cidade também passou uma semana de desespero: os Zugmann, primos da sra. Fanny. Ela havia viajado a Israel para o casamento de uma sobrinha e, na viagem de retorno, acompanhava um menino de 16 anos, filho de uma família amiga. xxx A preocupação dos familiares de Curitiba não era apenas por dona Fanny, mas também por seu filho, Germano. É que embora jovem, o médico cardiologista já teve sérios problemas de coração e como foi membro da família que participou diretamente de todos os contatos internacionais, sofreu, naturalmente, maior carga emocional.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
03/07/1976

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