Geléia Geral
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de junho de 1989
Leon Barg com sua "Revivendo" continua a produzir as melhores reedições da música popular brasileira, generosamente dividindo com apreciadores da era de ouro da canção alguns tesouros de sua fabulosa coleção.
Na semana passada começou a vender mais cinco excelentes montagens, que merecerão registros detalhados posteriormente: "Novidades de 1930" (Gastão Formenti, Sílvio Caldas e duas cantoras desconhecidas até por expertes - Laura Suarez e Yolanda Osório); "Serenata ao Luar" (Augusto Calheiros e João Pedra de Barros); "Mil Corações" (Carlos Galhardo e Nuno Roland); "Poema Imortal" (Odete Amaral / Orlando Silva) e "Jardim de Flores Raras..." (Orlando Silva / Roberto Paiva). Merecidamente, pela importância histórica e bom gosto de Barg, as produções da "Revivendo" estão ganhando destaque na imprensa nacional.
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Carlos Santos é hoje o cantor mais rico e popular do Norte do Brasil. Empresário bem sucedido, dono de várias organizações no Pará, tem nada menos que dez elepês distribuídos pela Polygram, ao qual acrescentou agora "Isto é Lambada". Chega a ter até Pelé (que já fez várias incursões musicais) como parceiro e co-vocalista em "Dois Amigos". Lançado simultaneamente em CD - o que prova o poder aquisitivo de seu público - Carlos Santos começa agora a se tornar conhecido também no Sul.
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Outro cantor-compositor dos mais bem sucedidos comercialmente é Guilherme Arantes, que recentemente superlotou o Teatro Guaíra. Paralelamente a uma série de shows, Arantes lançou seu quarto lp pela CBS, "Romances Modernos", na linha do romantismo a partir da faixa título ("Voláteis Corações / Se entregam e se dão razões / Que dançam como fogo"), arranjos de cordas ("Muito Diferente"), funk ("Pra Você, Com Você") e, naturalmente, influências de ídolos da juventude - "Um Deus Ateu", lembrando Paul McCartney. Mas o êxito maior é "Raça de Heróis", tema criado especialmente para a trilha da telenovela "Que Rei Sou Eu?".
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