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Aramis

As gravuras de Sandra

Parodiando aquela música de outros carnavais: exposição a gente encontra em toda parte. Só não encontra é a exposição que justifica maior atenção. No comercialismo que domina o mercado plástico da cidade, com galerias e mais galerias lançando novos artistas (sic) na praça, se torna difícil dedicar tempo e espaço a um setor que parece até armazém de secos & molhados. Felizmente, de quando em quando, acontecem algumas mostras significativas que merecem destaque. Uma individual de Domício Pedroso, por exemplo (Casablanka), a mostra coletiva dos mestres Poty, Guido Viaro e Euro Brandão com as quais Ida & Anita estão comemorando os 10 anos de sua galeria e, muito especialmente, a mostra de gravuras de Sandra Santos (dividida com Cezira Carpanezzi), a partir de hoje, na Casa da Gravura (Solar do Barão, 2º andar). xxx Sandra Santos, pernambucana de Recife, 42 anos, 20 de atividades artísticas e didáticas, traz uma nobre linhagem artística. Um de seus tios é Augusto Rodrigues, fundador das escolinhas de arte do Brasil. Muitos cursos, uma vivência de 8 anos em Paris, participação regular em salões e exposições coletivas a partir de 1975 - além de quase uma dezena de individuais entre Rio, Vitória e Assunção. A gravura de Sandra tem garra, força e brasilidade. Sua arte na xilogravura está presente nas capas e contracapas dos dois lps com a reedição do show "Rosa de Ouro", nos álbuns "Choros do Brasil", e "Valsas e Choros" (ambos de seu marido, o internacional violinista Turíbio Santos), no lp "Ciranda e Cirandinhas", de Villa-Lobos, por Roberto Szidon e, na capa do lp para a coleção "Brazilian Popular Music", editada pela Funarte. Criou também cartazes para vários eventos. Se há sempre uma marca nordestina em seu trabalho, seu universo sígnico tem se aberto para outras imagens - como descreveu a crítica Renina Katz: "Em seus pássaros, círculos, ondas, a cor vibra em escalas de análogas onde o branco é o que sugere o contraste. As estruturas são simples mas nunca simplificadas, obedecendo algumas vezes o princípio da simetria." LEGENDA FOTO - Sandra: gravuras no Solar do Barão.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
24/04/1986

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