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Aramis

Italianas e românticas

No próximo dia 20 será lançado, no Centro Cultural Italo-Brasileiro Dante Alighieri, o disco" Pazzo D`Amore", constando de 12 canções Itália nas de autoria do maestro José Henrique Castellane De Carli, por ele mesmo interpretadas. Castellane De Carli é maestro, professor e pianista clássico, compositor e intérprete. Seu disco "Pazzo D`Amore" foi gravado aqui mesmo no Paraná, no estúdio "Sri" - laboratório de som e imagem e deles participam 12 músicos, alguns da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Paraná. Este é seu primeiro disco, e fazem parte músicas românticas italianas totalmente inéditas. O autor promete que em breve lançará novo LP com músicas brasileiras também de sua autoria, no qual trabalha atualmente. Para "Pazzo D`Amore" foram utilizados violinos, harpsicord, oboe, claricete, piano, órgão, sax e trompa. A capa do LP é um quadro do autor, pintado por seu pai, Castellane, e quem faz a apresentação do disco é Guido Borgomanero: "As 12 canções apresentadas sintetizam a íntima essência de seu modo sincero e decididamente romântico de conhecer e de viver a vida. Homem de nosso tempo, ele sonha e fala de amor - aquele com "A" maiúsculo - e o exalta na esperança suprema de que este amor não morreu, não pode morrer e queira o Céu não deve morrer nunca. A temática de suas canções, mesmo se não ignora, às vezes, algum aspecto negativo da atormentada realidade cotidiana que nos rodeia. Não é nunca, por assim dizer, "comprometida". Ele acaba sempre refugiando-se seio de uma suave criatura feminina, de uma bem amada, na busca contínua e sofrida daquelas sensações as quais perenemente inclina-se cada ser humano, a qualquer tempo, idade ou classe a que pertence." FOTO LEGENDA- "Pazzo" D`Amore Castellane De Carli CORONELISMO Como volume 364 da coleção Brasiliana, acaba de sair "Poder Local na República Velha", livro do professor Rodolpho Telarolli. O livro trata de três assassinatos ocorridos em 1897, na cidade de Araraquara, que repercutiam intensamente e cujo significado transcede o meramente policial, atingindo uma questão político-social da época, o "coronelismo". Em outras palavras, os assassinatos ocorrido em Araraquara, antes de meros acidentes locais, foram o reflexo de um problema marcante da Primeira República. Tudo iniciou quando o "coronel" Antônio Joaquim de Carvalho, repúblicano histórico, presidente do Diretório local do Partido Republicano, foi assassinado durante uma discussão, por um jovem sergipano, Rosendo de Souza Brito. Dias depois, a cadeia seria invadida por numerosos grupo que de lá retiraria e assassinaria de forma brutal, Rosendo e seu tio, que com ele estava preso, acusado de cumplicidade. Destes crimes seriam acusados os filhos e parentes do "coronel" Carvalho, entre eles Teodoro Dias de Carvalho Jr., que posteriormente desempenhou as funções de chefe de Polícia e secretário da Agricultura do governo Bernardino de Campo, como Presidente do Estado. O historiador Américo Jacobina Lacombe, ao fazer a apresentação de "O Poder Local na República Velha" afirma que ninguém" pode pôr em dúvida a contribuição valiosa que traz ao estudo do fenômeno do coronelismo, e ainda do sligarquismo, cancro da Primeira República, e que provocaram o salvacionismo e o tenentismo".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
16/12/1977

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